Padre libera consumo de carne na Semana Santa para carentes

Karoline Zilah

Em tempos de crise mundial, o padre Severino, da paróquia de Bayeux, defendeu que não há sentido em obrigar aqueles que têm menor poder aquisitivo a consumir peixe durante a Semana Santa. “Até porque o pescado virou artigo de luxo. Por que não comer um ‘franguinho’, que é mais barato?”, questionou o padre.

Ele defende que aqueles que não têm condições de adquirir pescados estão “liberados” para comer carne. “O sentido da quaresma não está apenas em privar-se da carne, mas jejuar do que se pode ver, ouvir, falar e até o próprio corpo”, enumera padre Severino.

“Páscoa não é dia de tomar vinho e de comer iguarias. O que se espera é que se viva a Semana Santa no sentimento de Jesus. Não no clima de feriadão”, completa. Durante o período, a Paróquia de São Sebastião vai realizar procissões, missas e espetáculos da Paixão de Cristo.

O Paraíba1 entrou em contato com a Arquidiocese da Paraíba, que informou que o arcebispo Dom Aldo Pagotto está viajando e não pode comentar o assunto. Segundo a assessoria de imprensa, não há controvérsias nas declarações do padre Severino até porque o consumo de carne já havia sido liberado em outras páscoas por Dom Marcelo e pelo próprio Dom Aldo em casos de pessoas que não têm possibilidade de adquirir outros produtos na Semana Santa.

“A carne está liberada, desde que seja a única opção que a pessoa tenha na Quaresma. Neste período, como recomendação principal do jejum praticado pelos católicos está a privação do consumo da carne, mas não adianta se privar disso e cometer outros pecados. Não adianta uma comunidade carente que não tem o que comer deixar se alimentar com carne ou frango. As pessoas devem comer o que está ao seu alcance”, comentou a assessoria de imprensa da Arquidiocese da Paraíba.