VIDA URBANA
Padres renunciam a salários e Diocese de Patos vai doar respirador para hospital
Objetivo é manter os funcionários da diocese e itens essenciais das igrejas.
Publicado em 03/04/2020 às 18:47 | Atualizado em 04/04/2020 às 15:43
Um gesto solidário, diante dos tempos nebulosos provocados pela pandemia do novo coronavírus vem do Sertão da Paraíba. O bispo dom Eraldo Bispo da Silva, os padres e os diáconos da Diocese de Patos renunciaram os seus salários por dois meses, para pagar funcionários e manter os itens essenciais de cada igreja. Um respirador será comprado com o dinheiro de um fundo mantido pelos religiosos e doado para o Hospital Regional de Patos.
A decisão foi tomada nesta sexta-feira (3), de acordo com o padre José Joácio Nóbrega, pároco da Catedral de Nossa Senhora da Guia. Segundo ele, o gesto do bispo Dom Eraldo foi acompanhado pelos demais religiosos que fazem parte da Diocese de Patos.
“O gesto de Dom Eraldo foi seguido por todos da Diocese. Nossa prioridade são os funcionários e coisas essenciais das paróquias, então doaremos dois meses dos nossos salários. Hoje, cada padre recebe três salários mínimos para manter a si e a paróquia. O dinheiro do respirador virá de um fundo mantido por nós, que auxilia padres que estão sem paróquias ou em tratamento contra alguma doença”, disse padre Joácio, em entrevista ao repórter José Filho, da Rádio Itatiunga.
Considerado um religioso com visão progressista, dom Eraldo Bispo da Silva chegou a oferecer a estrutura das 40 igrejas da Diocese de Patos para a utilização por parte dos órgãos de saúde e vigilância em ações de combate ao avanço do novo coronavírus. Além disso, o bispo também colocou à disposição a Rádio Espinharas de Patos, que conta atualmente com duas emissoras FM.
Na quinta-feira (2), dom Eraldo e padre Joácio percorreram várias ruas de Patos, no Sertão, promovendo uma benção com o Santíssimo Sacramento. A ação, que também aconteceu em outras cidades da Paraíba, foi para aproximar as pessoas de um dos símbolos mais importantes da igreja católica, neste momento em que os fiéis não podem frequentar as igrejas, evitando aglomerações.
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