VIDA URBANA
Papa Francisco edita regra para punir bispos coniventes com a pedofilia
Mudança no código canônico torna mais clara a identificação da falta atribuída aos bispos que não apurarem nem punirem a prática de abuso sexual contra crianças na Igreja.
Publicado em 04/06/2016 às 11:10
Um tema tratado sempre com muito melindre pela Igreja Católica, a pedofilia envolvendo religiosos, ganhou neste sábado (4) uma importante ferramenta de combate ao que o papa Francisco já tratou em outros discursos como “tragédia”. A partir de agora, os bispos culpados de "negligência no exercício de suas funções" ante casos de "abusos sexuais contra menores" poderão ser destituídos. O decreto de Francisco foi incorporado ao direito canônico.
O diferencial da decisão em relação ao que já era previsto anteriormente no direito canônico é a clareza atribuída à falta dos bispos. Antes, era prevista a destituição do ofício apenas em fatos considerados “causas graves”. "Com a presente, quero precisar que entre estas chamadas 'causas graves' se inclui (a partir de agora, NR) a negligência dos bispos no exercício de suas funções, em particular no que diz respeito aos casos de abusos sexuais contra menores e adultos vulneráveis", escreveu Francisco.
Para as punições, o papa será orientado por um colégio de juristas, que ficarão responsáveis por fundamentar as decisões. Francisco escreveu na Carta Apostólica em forma de “motu proprio”, com o título “Como uma mãe amorosa”, que a Igreja ama a todos os seus filhos, “mas cuida e protege com especial afeto dos mais frágeis e sem defesa”. O papa, em vários momentos, defende punição severa contra os abusos sexuais de menores e defende que haja tolerância zero nestes casos.
Atualmente, há casos de pedofilia sendo apurados na Arquidiocese da Paraíba, com o acompanhamento direto do Vaticano. Em pelo menos duas oportunidades, do ano passado para cá, foram registradas visitas canônicas no Estado, feitas por emissários do Vaticano, com o objetivo de ouvir religiosos, fiéis e supostas vítimas. O arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, foi ouvido nas duas oportunidades.
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