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VIDA URBANA

Para manter serviços essenciais, profissionais trabalham durante as festas

Órgãos como Samu e Polícia Militar não podem paralisar suas atividades.

Publicado em 24/12/2014 às 11:29

Enquanto as pessoas fazem planos, preparam receitas, montam comemorações para a passagem de datas festivas como Natal e Réveillon, centenas de profissionais mantém o funcionamento de serviços essenciais, para garantir que toda e qualquer eventualidade seja resolvida e normalizada. Já pensou como seria se houvesse um acidente doméstico e ao acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o telefone sequer fosse atendido? Ou se ao atender, os telefonistas respondessem que o serviço estaria fechado em virtude do feriado? E se, em meio a um feriadão, alguém necessitasse de intervenção policial e ao ligar para o órgão, os policiais dissessem que só voltariam ao trabalho no próximo dia útil?

Muita gente não percebe, só nota sua importância quando necessário, mas os profissionais que atuam em pleno feriado, abrem mão até mesmo de momentos de lazer na companhia de sua família para que hospitais, transportes, segurança, e outros serviços sejam mantidos para a população. Alguns veem isso com naturalidade, como uma missão que condiz com a função que escolheram, outros lamentam, pois gostariam de ter se estruturado em outra época da vida para agora desfrutarem de lazer, como a maioria da sociedade.

O sargento Joilton Barros, 49 anos, trabalha na Polícia Militar há 24 anos, e afirma que executa suas funções com o máximo de cuidado e atenção, independente de data comemorativa. “Não importa a data, sendo escalado, eu vou para as ruas, cumpro com meu horário e com minhas obrigações, que é o certo a ser feito pelos policiais. Minha família não se incomoda, fica em casa assim como em todos os dias, me deseja boa sorte, proteção divina e me esperam, mesmo sabendo que enquanto policial eu tenho hora para sair, mas nem sempre temos hora certa para voltar”, falou.


Psicólogo sobre duas rodas

O mototaxista Joaquim José de Almeida, 52 anos, costuma trabalhar durante o ano todo, ele afirma que em certos momentos, entre uma corrida e outra, chega a se sentir constrangido por ver as outras pessoas festejando enquanto ele trabalha. “Eu não me preparei para a vida, não estudei, não fiz meu pé-de-meia e hoje preciso trabalhar em momentos em que eu não queria, as famílias estão em festa e a minha também, mas eu estou garantindo a sobrevivência nas ruas. Isso acontece há tanto tempo, que para mim já virou algo natural levar os passageiros em natal, ano novo, fim de semana, São João, afinal de contas, as dívidas não tiram férias”, brinca.

Segundo o mototaxista, um dos casos mais inusitados que aconteceu com ele, em mais de 10 anos trabalhando com o transporte individual de passageiros, necessitou de além de habilidade na condução, uma dose extra de sabedoria e conversa com sua cliente.

“Aparece gente perturbada e a gente precisa até dar uma de psicólogo em certos casos, como já aconteceu comigo de levar uma menina em uma corrida após ela ter flagrado seu namorado com outra pessoa em plena véspera de Natal. Ela queria fazer uma besteira, queria atentar contra a própria vida ou ‘se perder’ com o primeiro que aparecesse quando descesse da moto, e como eu sou pai de família, usei da minha pouca sabedoria para dar conselhos, levei a para casa após conversarmos durante o trajeto, sem parar, dando voltas para ela se acalmar. Quando chegamos na sua casa, seus pais me agradeceram”, lembra.

Garantia dos atendimentos no setor de saúde

Se para os médicos e farmacêuticos trabalhar em um feriado já é normal, para os funcionários do Samu, é também uma missão aceita tão logo iniciam o trabalho no serviço. “Você sabe logo ao entrar no trabalho que não existe mais final de semana, feriado, noites de festa, como a população de um modo geral sempre tem. Nessas oportunidades, quase todos têm certeza de onde estarão, mas aqui não existe isso, os profissionais acabam se habituando”, explica o coordenador médico do SAMU de Campina Grande, Hermano Barbosa de Lima.

Hermano afirma que a situação de trabalhar em dias de festividade acaba se tornando tão habitual, que os funcionários do serviço de urgência mal percebem os feriados, mas as famílias acabam sentindo por essa escolha. “Se existe um preço alto a ser pago pela escolha de quem vai trabalhar numa área como a nossa, pode ter certeza, ele é ‘pago’ também por nossas famílias, não apenas por nós, em muitos momentos, já aconteceu inclusive comigo, de em Natal, Réveillon, eu trabalhar e todos meus parentes e amigos estarem em festas. A família pode até não se adaptar completamente, mas precisa aceitar, pois o mundo vai continuar estejamos nós aqui ou não, haverão ocorrências a qualquer hora do dia e elas precisarão ser atendidas, se alguém precisa fazer esse serviço, e eu escolhi por fazê-lo, minha família precisa aceitar”, disse.

O coordenador conta que geralmente os funcionários do SAMU acabam tentando organizar alguma comemoração, por mais simples que seja, para não deixarem as datas comemorativas passarem em branco.“Em dias como o Natal, a virada de ano, nós costumamos pedir aos funcionários que tragam um salgado, um refrigerante, um bolo, para tentarmos dividir um momento, uma prece, mas, ainda assim, é difícil, nós não temos horário, seja para dormir, para se alimentar, seja para o que for, nosso horário aqui é o de atender e normalizar uma ocorrência, quando estamos trabalhando, programamos nossas atividades em função dos chamamentos que acontecerem, jamais o contrário”, garante.

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Jornal da Paraíba

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