VIDA URBANA
Paraíba adota outros cultos, mas católicos são 2,8 mi
Em dez anos, religião católica perdeu 25 mil fiéis. Candomblé ganhou 214% a mais de adeptos.
Publicado em 30/06/2012 às 8:00
Em dez anos, o candomblé foi a religião que, estatisticamente, mais cresceu na Paraíba, segundo dados do Censo Demográfico 2010 divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, apenas 417 paraibanos se autodeclararam praticantes da doutrina. Uma década depois, esse número subiu para 1.311, representando um aumento de 214%.
Em segundo lugar no ranking de expansão, apareceram os evangélicos, que aumentaram 88,3%. Em 2000, a Paraíba possuía 303.151 praticantes dessa religião. Mas a quantidade saltou para 571.015, uma década depois. Houve crescimento também entre os espíritas, que eram 12.499, em 2000; e somaram 23.175, em 2010. A variação foi de 85,4%.
Enquanto as três religiões aumentaram o número de fiéis, a população católica diminuiu em 0,9%, no mesmo período. O somatório dos religiosos saiu dos 2.924.154 em 2000 para 2.898.656, em 2010. Em números absolutos, a redução foi de 25.498 pessoas.
Os pesquisadores do IBGE também constataram que aumentou a quantidade de pessoas que não seguem a nenhuma religião.
Em 2000, os chamados “sem religião” eram 177.303 na Paraíba.
Em 2010, a quantidade chegou a 213.214.
Para o historiador e pesquisador das ciências das religiões, Hildebrando Alves de Lima, o crescimento dos evangélicos se deve principalmente à abordagem inovadora que as igrejas estão adotando nos trabalhos missionários. Para isso, estão usando veículos de comunicação em massa, como rádio e televisão, para difundir as doutrinas religiosas e conquistar adeptos.
“Enquanto a Igreja Católica se mantém conservadora com seus dogmas e liturgias tradicionais criados séculos atrás, os movimentos protestantes têm mudado a maneira de abordar os fiéis, principalmente os mais jovens. Para isso, estão usando a mídia, a música gospel e a própria abordagem diferenciada para massificar as doutrinas evangélicas e conquistar praticantes”, opina.
Com relação ao aumento no número de pessoas que não seguem a nenhuma religião, o estudioso declarou que isso não significa aumento do ateísmo. O termo é usado para definir os que não creem na existência de Deus.
“Não ter religião é diferente de ser ateu. As pessoas podem ter uma crença e praticá-la em sua casa, com sua família, sem necessariamente, estar ligada a alguma igreja. Mas isso depende muito da forma como os pesquisadores do IBGE fizeram a pergunta, porque as pessoas que não frequentam nenhuma igreja tendem a responder que não possuem religião”, analisou.
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