VIDA URBANA
Paraíba deve registrar 23 casos de câncer por dia em 2016
Projeções divulgadas pelo Inca apontam para o registro de 8.250 novos casos de câncer, este ano. Mulheres e homens apresentam números praticamente iguais.
Publicado em 05/02/2016 às 7:31
Seis meses após o falecimento do pai, que morreu vítima de um câncer no fígado, Leonardo Souza, de 35 anos, foi diagnosticado com um câncer na cabeça. A notícia veio no dia 20 de janeiro, após a realização de uma biópsia e serve para confirmar uma estatística preocupante: revelação de novos casos da doença no Estado.
Conforme o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), somente este ano, 8.250 novos registros de câncer serão detectados na Paraíba – uma média de 23 por dia. Somente na capital, serão 1.810 novos casos a cada ano.
Os dados foram divulgados ontem, Dia Mundial do Câncer, e fazem uma estimativa para o biênio 2016-2017. Conforme o instituto, as mulheres deverão ser as mais afetadas. Elas concentram 50,1% dos casos (4.140), enquanto os homens, 49,8% (4.110). Os números, que são bem próximos, supõem, segundo o oncologista Rogério de Assis Lira, que os homens estão se cuidando melhor, indo ao médico e realizando exames preventivos, conseguindo diagnosticar a doença precocemente.
“Essa estimativa não significa necessariamente que as mulheres terão mais câncer que os homens. Supõe que a pessoa procurou o serviço de saúde, realizou exames e conseguiu detectar a doença. E no caso das mulheres, que são mais atentas em relação à saúde, há uma tendência que o número de diagnósticos seja maior”, avaliou o médico.
Em relação ao Nordeste, a Paraíba ocupa o 4º lugar em quantidade de novos casos estimados pelo Inca, ficando atrás apenas da Bahia, Ceará e Pernambuco. O Nordeste deverá registrar, no próximo ano, 107,180 mil casos de câncer. Já em todo o Brasil, a estimativa do Inca é que sejam diagnosticados 596 mil novos casos, 20 mil casos a mais que em 2014. Entre os homens, são esperados 295,2 mil casos, e entre as mulheres, 300,8 mil.
Conforme o Inca, as estimativas permitem conhecer a provável incidência dos principais tipos de câncer num determinado território para planejar ações e programas de controle, além de auxiliar na definição de políticas públicas e alocação de recursos. O oncologista Rogério de Assis Lira, recomenda que as pessoas procurem realizar exames periódicos, pois as chances de cura para um paciente diagnosticado precocemente são bem maiores. “O ideal é que estejamos atentos o mais cedo possível. Temos que frisar que o avanço tecnológico tem ajudado na melhora do quadro de saúde dos pacientes".
Acerca do tratamento para o câncer, o médico explicou que há disponíveis a radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e a cirurgia, mas que a indicação de cada tratamento varia de acordo com a idade do paciente e o estágio da doença.
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