Paraíba faz venda 'fantasma' de madeira pela internet

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de Rondônia descobriu um 'esquema' ilegal de comercialização de madeira clandestina através da internet. Na rota da venda 'fantasma' estão madeireiras da Paraíba, que estariam sendo vendidas ilegalmente para proprietários de madeireiras de Rondônia. Foram fiscalizadas sete indústrias madeireiras e dois estabelecimentos comerciais na região de Porto Velho e elaborados 14 autos de infração que totalizaram cerca de R$ 3 milhões.

Com a descoberta da fraude, o Ibama acredita ter evitado a destruição de mais de quatro mil metros cúbicos de 'madeira virtual', o que representaria mais de 160 carretas do produto. Na rota de comercialização 'fantasma' ainda estariam empresas de Sergipe, Distrito Federal, Maranhão, Piauí, Goiás e Pernambuco. Os nomes das empresas envolvidas no 'esquema' e as cidades onde elas estariam localizadas estão sendo mantidos em sigilo pelo Ibama.

De acordo com o superintendente do Ibama de Rondônia, César Luiz Guimarães, as empresas paraibanas emitiam informações dando conta de que teriam vendido carregamentos de madeira para as madeireiras rondonienses, através da internet e do sistema de Documento de Origem Florestal (DOF), para justificar o roubo e a exploração dos produtos em áreas de reserva florestal no Norte do país.

“Essa madeira nunca veio para Rondônia, só veio virtualmente. Havia a transação virtual da madeira fantasma que servia para justificar a retirada ilegal do produto de reservas ambientais em Rondônia. As empresas da Paraíba vendiam crédito para as madeireiras rondonienses”, explicou César, ressaltando que a prática já vinha sendo executada há mais de um ano.

As empresas emissoras dos DOFs, na Paraíba, serão autuadas, podendo, inclusive, ter suas atividades suspensas ou canceladas. O Ibama solicitou à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental a adoção de medidas urgentes para bloqueio de créditos oriundos de outros Estados.