VIDA URBANA
Paraíba perde 7,2 mil postos de trabalho no primeiro trimestre
Fatores relacionados à queda de produção da cana-de-açúcar, que resultaram em mais desligamentos, pesaram na baixa de 7,2 mil postos formais no acumulado do primeiro trimestre na Paraíba.
Publicado em 20/04/2011 às 10:02
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
Fatores relacionados à queda de produção da cana-de-açúcar, que resultaram em mais desligamentos, pesaram na baixa de 7,2 mil postos formais no acumulado do primeiro trimestre na Paraíba. O número representa alta de 79,81% sobre o mesmo período do ano passado (-4.017 mil). De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a março foram criados 33,2 mil vagas no Estado contra 40,4 mil desligamentos.
No mês de março, o saldo foi novamente negativo (-3,1 mil), ocasionado pela redução dos postos na agroindústria da cana-de-açúcar. No último mês, o comércio registou o primeiro saldo negativo (-152).
No cenário regional, sete dos nove estados do Nordeste registraram queda no emprego formal. A Paraíba apresentou o terceiro maior saldo negativo, enquanto os estados de Alagoas (-13,2 mil) e Pernambuco (-8,3 mil) lideraram a baixa no trimestre. No Nordeste, apenas Ceará (5,4 mil) e Sergipe (3,3 mil) terminaram o período em alta.
No primeiro trimestre, os dois setores que mais contribuíram com a perda de postos foram a indústria de transformação (-5,6 mil) e agropecuária (-4,5 mil). Mesmo com as atividades de serviços (1,6 mil), construção civil (883) e comércio (623) registrando resultados positivos, os números foram insuficientes para superar a baixa provocada pelo fim da safra da cana-de-açúcar e moagem nas usinas. Em março, a indústria de transformação (-1.939), agropecuária (-1.129) e o comércio (-152) apresentaram retração no emprego.
Em março, nem mesmo as duas principais cidades do Estado escaparam da baixa. Campina Grande (-273) e João Pessoa (-252) apresentaram saldo negativo, mas foi Santa Rita que concentrou o maior volume de desligamentos no último mês (-2,3 mil). No trimestre, Santa Rita também lidera o saldo negativo (-2,7 mil), seguido de Mamanguape (-1,231 mil).
Já a capital paraibana (1,1 mil) e Campina Grande (416) lideraram o saldo positivo. Das 14 cidades contabilizadas pelo Caged, os municípios Cabedelo (229), Guarabira (181), Cajazeiras (167) e Bayeux (107) apresentaram variação positiva, mas em menor proporção.
O economista do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese-PB), Renato Silva, considerou a baixa no emprego “normal na Paraíba diante dos fatores sazonais e da forte expansão do emprego formal no ano passado. Como a base de empregados está mais ampla no Estado devido ao saldo recorde de 2010, a lógica no primeiro trimestre era que mais trabalhadores fossem desligados, com os ajustes que acontecem no comércio, indústria de alimentos e bebidas e da cana-de-açúcar, que alcança o seu pico de desligamentos nesse período”, explicou.
Para o economista, “historicamente, o primeiro quadrimestre é negativo, enquanto de maio a julho, os desligamentos começam a perder força. Já de agosto a novembro as admissões crescem, e sofre ajustes em dezembro”, detalhou.
No país, o saldo acumulado no trimestre chegou a 583,8 mil de vagas, mas a criação de empregos formais em março caiu 65% em relação ao mesmo mês de 2010. As regiões que mais contribuíram para o saldo positivo foram Sudeste (335,3 mil), Sul (150,4 mil), Centro-Oeste (80,1 mil) e Norte (27,4 mil). Já o Nordeste foi a única que presentou retração (-9,5 mil).
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