VIDA URBANA
Paraíba registra 167 casos de tráfico de pessoas em seis anos
Registros correspondem ao período de 2011 a 2017 no Estado. Secretaria diz que número pode ser maior.
Publicado em 15/10/2017 às 15:14
Pelo menos 167 casos relacionados ao crime de tráfico de pessoas foram registrados na Paraíba nos últimos seis anos, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano. O dado tem como base o registro mensal de denúncias formalizadas através do serviço Disque 123 no estado, entre 2011 e 2017.
O número, no entanto, pode ser maior, segundo revela Vanessa Lima, coordenadora do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico e Desaparecimento de Pessoas da Paraíba. “Por ser um crime subnotificado, nem sempre o registro de denúncias formais corresponde à realidade. Existe um desafio muito grande no trabalho de combate ao tráfico de pessoas, iniciando pela própria necessidade de fortalecimento das políticas públicas”, disse.
O perfil das vítimas, segundo Vanessa, é variado, atingindo tanto homens quanto mulheres com idades até 60 anos. “O comitê busca, além do combate ao crime, a identificação do perfil das vítimas. O tráfico de pessoas ainda é algo muito invisível aos olhos da sociedade, a realidade existe, mas nem sempre é identificada. O diagnóstico do perfil de como ocorre o crime também é importante para combater a situação na prática. No entanto, o enfrentamento ainda é um desafio para todos que atuam nos órgãos de fiscalização”, revelou.
Ainda de acordo com a coordenadora do Comitê, a maioria das denúncias é recebida das regiões do Agreste, Litoral e Sertão. “Na área do Litoral a atenção é sempre maior em questão de situações relacionadas ao turismo sexual”, concluiu Vanessa Lima.
O procurador do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), Eduardo Varandas, explica que o combate ao tráfico de pessoas não se resolve apenas no aspecto judicial. “O problema surge de uma consequência econômica e social, juridicamente existe um trabalho de enfrentamento, mas a realidade não se resolve apenas nesse aspecto. É preciso o fortalecimento de políticas públicas com resultados diretos. O grande problema hoje está relacionado à vulnerabilidade das vítimas”, ressaltou.
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