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VIDA URBANA

Paraíba registra 752 homicídios no primeiro semestre de 2015

Balanço divulgado pelo Fórum Paraíba Unida pela Paz indica crescimento de 6%. Capital e Campina Grande estão entre cidades com mais crimes.

Publicado em 17/07/2015 às 7:15

A Paraíba registrou 752 homicídios no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 6,2%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2014, foram registrados 706 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e demais crimes violentos e dolosos que resultaram em morte nos seis primeiros meses do ano. As cidades de João Pessoa e Campina Grande estão entre as 10 cidades que apresentam maior número de homicídios. Os dados são do Fórum Paraíba Unida pela Paz da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Seds) e foram divulgados ontem. Especialista garante que o aumento dos homicídios pode estar relacionado com o desemprego e outros tipos de crimes, como latrocínio e o tráfico de drogas.

O caso que ficou conhecido como a "Barbárie dos Bancários" faz parte desse universo de homicídios registrados nos primeiros seis meses deste ano. Glória da Silva foi sequestrada, estuprada e morta, no dia 20 de junho. Ela e a amiga Caroline Teles foram sequestradas em João Pessoa, na bairro dos Bancários. As vítimas foram levadas até a cidade de Goiana, em Pernambuco, onde foram estupradas e depois atropeladas. A amiga de Glória sobreviveu.

Outro caso que faz parte das estatísticas de homicídios nos primeiros meses deste ano foi o latrocínio que vitimou o proprietário de uma padaria em Cabedelo, no dia 27 de maio. Michel Lima, de 26 anos, foi baleado com um tiro no rosto, durante um assalto à padaria do seu pai. Mesmo não reagindo ao assalto e entregando toda a quantia em dinheiro, ele foi executado.

No ranking das 10 cidades com maior número de CVLI, em 2015, João Pessoa lidera e ocupa a primeira posição com 223 homicídios, seguida de Campina Grande com 86 mortes. Na sequência, as cidades de Santa Rita com 61 crimes dessa natureza, Patos com 27, Bayeux com 21, Alhandra e Conde com 15 homicídios cada uma, Sapé ,13, Mamanguape,12, e Guarabira, com 8.

Ainda de acordo com os dados do Fórum Paraíba Unida pela Paz da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, de 2012 a 2015 o número de homicídios sofreu oscilação. Em 2012 foram contabilizados 793 assassinatos, em 2013 no mesmo período, esse número subiu para 815. Já em 2014, a quantidade de CVLI sofreu redução e ficou em 706 casos.


O que diz a Seds

Procurada pela reportagem para comentar os dados e falar sobre as estratégias de combate à violência, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que desde 2012 a Paraíba apresenta redução de CVLI. E, em relação aos números do primeiro semestre de 2015, áreas integradas de segurança pública (Aisp) obtiveram redução, a exemplo de Cabedelo (3ª Aisp), de Guarabira (8ª Aisp), de Picuí (-36%), e Queimadas (-18%). Outras Aisp têm taxas de CVLI menor do que a média nacional (29/100 mil habitantes): Mamanguape, Itabaiana, Picuí, Monteiro, Patos, Princesa Isabel, Itaporanga, Sousa e Cajazeiras.
De acordo com o planejamento operacional da Seds, as ações de prevenção e repressão qualificada continuam em andamento, com operações integradas das Polícias Civil e Militar.


Análise da notícia

Por: Julio Jacobo Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência da UFPB

“São muitos os fatores que justificam esse crescimento, como a crise econômica e o desemprego, que é um dado estrutural. É importante tratar a violência em conjunto com outras potencialidades. A maioria dos crimes está relacionada com a relação econômica. Acerto de contas, tráfico de drogas e com as facções criminosas. É interessante ressaltar que em boa parte os CVLI estão relacionados com o mundo do crime, mas existem casos de pessoas que morrem sem ter esse tipo de envolvimento”.

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Jornal da Paraíba

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