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VIDA URBANA

Paraíba só perde para o Saara, mas 'engatinha' na exploração de energia solar

Especialista da UFPB avalia os motivos da pouca utilização do sistema fotovoltaico.

Publicado em 28/07/2019 às 12:17 | Atualizado em 29/07/2019 às 15:53


                                        
                                            Paraíba só perde para o Saara, mas 'engatinha' na exploração de energia solar

				
					Paraíba só perde para o Saara, mas 'engatinha' na exploração de energia solar
Residências em João Pessoa já adotam o sistema, mas ainda de forma tímida. Foto: divulgação/BNB.

A Paraíba só perderia para o deserto do Saara, no continente africano, no que diz respeito a ter condições favoráveis para a exploração de energia solar, segundo pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Rafael Cavalcante. O estado, no entanto, segundo ele, está bem atrasado no desenvolvimento deste tipo de solução fotovoltaica.

Entre os principais desafios identificados por ele para a utilização do sistema fotovoltaico na Paraíba, estão o alto custo do capital inicial e falta de políticas governamentais adequadas e de compromisso político em promover informações à população.

“Apesar da abundância de silício, matéria-prima utilizada na construção das placas solares, dos altos níveis de insolação principalmente na Região Nordeste e dos custos para implantação dos sistemas fotovoltaicos terem reduzido em todo o Brasil, esses fatores ainda continuam sendo empecilhos”, avalia Cavalcante.

Mais problemas

Ainda segundo Rafael Cavalcante, a carência de instituições financeiras que apoiem as fontes renováveis de energia e o excesso de burocracia e de impostos e o acesso restrito à tecnologia também foram constatados na pesquisa como barreiras. “É preciso investir em programas informativos sobre a tecnologia, políticas de incentivos e ter um compromisso firme do Estado com as metas traçadas para se alcançar resultados significativos”, defende o pesquisador.

Cavalcante também destaca a vantagem econômica da energia fotovoltaica sobre a de hidrelétrica, que gera hoje cerca de 60% do que o país consome. “Por depender dos níveis de chuva, a geração de energia das hidrelétricas pode ser reduzida durante períodos de longa estiagem”.

Soluções

Apesar das dificuldades, a possibilidade de substituir as fontes de energia elétrica tradicional por energia solar tem atraído os paraibanos. Segundo o Banco do Nordeste, que abriu uma linha de crédito para financiamento de projetos para pessoas físicas, cerca de R$ 1 milhão foi aplicado para implantação de sistema fotovoltaico residencial até o mês de abril, por meio do FNE Sol Pessoa Física. O programa foi lançado em novembro do ano passado.

“A alta incidência solar na região Nordeste, que antes nos castigava, passou a ser um potencial econômico. Temos grandes projetos de usinas solares implantados no Sertão e o cidadão que deseja modificar a matriz energética de sua residência e torná-la sustentável também pode procurar o BNB e fazer essa evolução conosco”, avaliou, na época, o superintendente do Banco do Nordeste na Paraíba, Wesley Maciel.

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Angélica Nunes

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