VIDA URBANA
Paraíba tem 50 pessoas na fila por médula óssea
No Estado, também há mais de 30 mil pessoas cadastradas como doadoras.
Publicado em 16/12/2011 às 8:05
Mais de 50 pacientes aguardam pela doação de medula óssea na Paraíba. No Estado, também há mais de 30 mil pessoas cadastradas como doadoras. No entanto, para fazer o transplante, é necessário encontrar um doador compatível e essa probabilidade é uma em cem mil. Os doadores fazem parte de um cadastro nacional e internacional, que cruza dados entre os doadores e receptores.
Para que haja um número maior de possibilidades em se encontrar um doador, o Hemocentro em parceria com o Rotary Club está realizando a Semana do Doador de Medula Óssea, com ações na Grande João Pessoa. Ontem foi comemorado o Dia do Doador.
Hoje, os funcionários do Hemocentro estarão no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) desenvolvendo ações de conscientização sobre a doação de medula. O encerramento da campanha será na cidade de Rio Tinto, mas durante toda a semana também acontecerão mobilizações em pontos estratégicos da região metropolitana.
Apesar de crescente, o número de doadores ainda é insuficiente para atender à demanda de pacientes. No registro nacional constam mais de 530 mil doadores. “De janeiro a novembro deste ano, conseguimos seis mil novos cadastros de doadores. Desses, sete foram convocados para serem possíveis doadores de pacientes de São Paulo, Rio de Janeiro, Estados Unidos e França”, destacou a coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro da Paraíba, Crisemy Benício.
Ela explicou que não há uma “fila de espera” pelo transplante. “Não temos como prever quanto tempo o paciente pode esperar pelo transplante, pois é preciso a compatibilidade. A realidade é que quanto mais doadores houver, maiores são as chances de conseguir o transplante. Como no Brasil temos uma grande miscigenação, aumenta a dificuldade de se encontrar um doador compatível”, esclareceu Crisemy.
cadastro
As pessoas interessadas em fazer parte do cadastro de doadores de medula óssea podem procurar o Hemocentro da Paraíba, em João Pessoa ou Campina Grande, e os hemonúcleos instalados no Estado. Pode ser doador quem tiver idade entre 18 e 55 anos e que esteja com boa saúde. É colhida uma pequena amostra de sangue (5 ml), na qual são observados alguns dados genéticos, e os dados ficam guardados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), instalado no Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Dessa foma, com as informações do paciente receptor, que não disponha de um doador aparentado, busca-se no Redome um doador cadastrado que seja compatível com ele. Se encontrado, articula-se a doação. O doador é convocado para realizar outros exames de alta resolução, para que possa ser feito o transplante.
Todo o processo para o transplante ocorre de forma sigilosa e não são divulgados nem o nome do doador e nem do receptor. Eles só se conhecerão se ambas as partes manifestarem esse desejo. De acordo com o Hemocentro, todos os procedimentos para que o transplante se concretize, como passagem, alimentação e hospedagem do doador são pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O doador também é dispensado do seu trabalho.
A psicóloga Maria Betânia Almeida fez o cadastro no Hemocentro há quatro anos. “Eu me cadastrei com o intuito de ajudar, de aumentar a possibilidade dos pacientes encontrarem alguém compatível.
Sinto-me bem em saber que posso ajudar alguém, mesmo que eu não conheça”, disse a psicóloga, que tem um sobrinho que teve leucemia, mas foi curado apenas com a quimioterapia e não precisou entrar na "lista" de transplante.
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