Paraíba tem 81 matadouros irregulares funcionando

A qualidade da carne que chega diariamente à mesa dos paraibanos pode estar em risco pela falta de estrutura adequada para o abate dos animais e as dificuldades na fiscalização. É o que alerta levantamento feito pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que identificou 81 matadouros clandestinos funcionando irregularmente em todo o Estado. Atualmente, apenas seis abatedouros possuem autorização e estão habilitados para prestar o serviço.

Só no ano passado, 21 matadouros clandestinos foram interditados pelo SIE, em um trabalho feito juntamente com o Ministério Público da Paraíba (MP). Mesmo assim, o resultado do mapeamento aponta que 93,1% dos 87 matadouros em funcionamento na Paraíba não possuem qualquer tipo de registro ou autorização legal, que deve ser emitida por um órgão de inspeção, seja municipal, estadual ou federal.

Apesar de alarmante, o índice pode ser ainda maior. “Os dados são dos matadouros que conseguimos encontrar, mas muitos outros podem estar funcionando clandestinamente”, explica o coordenador da Gerência Operacional de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Goipoa), da Secretaria de Agropecuária do Estado, João Alberto Azevedo.

Apenas quatro cidades possuem abatedouros regularizados. Só em Santa Rita, na Grande João Pessoa, funcionam três abatedouros de bovinos que possuem selo do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e outro funciona na capital. Patos, no Sertão, possui um abatedouro regularizado para aves e Campina Grande tem desde janeiro um abatedouro de bovinos com autorização municipal. O relatório foi produzido pela Goipoa durante o ano de 2011, cobrindo assim todos os 223 municípios da Paraíba.

Os dados já foram encaminhados para o Ministério da Agricultura, além de órgãos de defesa agropecuária de Estados vizinhos.

João Azevedo explica que o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) só pode atuar na fiscalização quando há a distribuição e venda da carne entre municípios diferentes. Para funcionar, um matadouro deve atender às exigências previstas no Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa). As normas determinam que o lugar do abate possua piso impermeável.