Paraíba tem apenas três médicos especializados em esclerose múltipla

Apenas três médicos são especialistas indicados para o tratamento da esclerose múltipla em toda a Paraíba, conforme informações da Secretaria de Saúde do Estado (SES). Dois desses médicos atendem no centro de referência do Estado. Atualmente, 500 pessoas são atendidas na Paraíba, sendo 305 portadores de esclerose múltipla com diagnóstico confirmado e as outras 195 estão sendo avaliadas para fechar o diagnóstico.

Quem tem uma doença crônica sabe a importância de um diagnóstico precoce, principalmente no caso de doenças autoimune como a esclerose múltipla. Na última quinta-feira (30), foi celebrado o Dia Nacional da Esclerose Múltipla, uma data criada para ajudar na difusão de informações sobre a doença e ajudar no diagnóstico precoce.

Desde 2011, o Governo do Estado promove capacitação de médicos e profissionais que atuam nas unidades do Programa Saúde da Família, a fim de prepará-los em relação ao diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla. “Os médicos do PSF recebem treinamento para passarem a pensar em possíveis patologias mais raras, como a esclerose múltipla, e tentar fazer um diagnóstico parcial para que o paciente seja encaminhado e possa ser feito um diagnóstico mais precoce”, informou a neurologista Bianca Etelvina.

Segundo determinação do Ministério da Saúde, os pacientes de esclerose múltipla devem ser atendidos em centros de referência. O do estado da Paraíba funciona na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa Portadora de Deficiência da Paraíba (Funad), fundado em 2012. Quem acompanha o tratamento é um médico Neurologista especialista em doenças desmielinizantes.

"Recomendamos que chegue com encaminhamento médico explicando a suspeita da doença", afirmou Etelvina, que coordena o centro. O diagnóstico é demorado pois existem várias doenças com manifestações e evolução semelhante. "Para o diagnóstico, necessitamos de ressonância magnética com alterações típicas da doença, exames de sangue excluindo outras doenças e exame do liquor com alterações características da doença".

A doença

A esclerose múltipla é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, responsável pelo controle geral do organismo, como funcionamento de órgãos e percepção dos sentidos. Ela é autoimune – quando o corpo reage contra suas próprias células e tecidos por uma falha no sistema imunológico – e tem evolução crônica que pode levar a sequelas motoras e sensoriais.

A doença não tem cura, mas pode ser tratada com medicamentos. Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor para o tratamento. "Os remédios não são vendidos em farmácia. Eles são fornecidos pelo Ministério da Saúde e é regulado pela SES/CEDMEX através do núcleo no centro de referência", explicou a neurologista Bianca Etelvina.

Os sintomas mais comuns são: dormência em qualquer parte do corpo, perda das funções motoras, visão dupla ou perda momentânea da visão, dor sem causa específica, dificuldade para caminhar, fadiga, desequilíbrio, tremores e dificuldades de controlar os movimentos, entre outros. A doença atinge principalmente adultos jovens entre 20 e 50 anos, sendo na grande maioria do sexo feminino.