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VIDA URBANA

Paraíba tem mais de 23 mil casas de taipa

Dados do Sistema de Informação de Atenção Básica do Ministério da Saúde mostram que ainda existem 23.596 casas de taipa na Paraíba.

Publicado em 27/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:03

“Moro em casa de taipa, não por opção, mas por condições financeiras mesmo, pois sobrevivo da pensão da minha filha e do Bolsa Família, e não tenho dinheiro para construir uma casa de alvenaria. Vivo feliz porque estou no que é meu, mas a casa é muito insegura. Quando chove forte tenho medo que a ela caia, além disso, tem que estar sempre retocando o barro”, disse a dona de casa Edvânia da Silva Marinho, 26 anos, que mora na Comunidade do 'S', em João Pessoa.

“Para evitar que os insetos entrem pelas brechas do barro, eu coloco cortinas por toda a casa”, completou a catadora de materiais recicláveis, Maria Elza da Silva, 37 anos, que é irmã de Edvânia e que também mora em casa construída com barro e madeira.

As duas irmãs estão entre as pessoas que vivem em uma das 23.596 casas de taipa ainda existentes na Paraíba, segundo dados, de fevereiro deste ano, do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) do Ministério da Saúde.

De acordo com o sistema, do total de casas de taipa em todo o Estado, o município de Santa Rita, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa, lidera o ranking entre as cidades que possui mais habitações desse tipo, registrando 2.136 casas construídas numa estrutura de ripas de madeira ou bambu, que formam um gradeamento, cujos vazios são preenchidos com barro amassado.

Com o objeto de reduzir o número de famílias que residem em casas de taipa, em Santa Rita, o secretário de Infraestrutura do município, José Fernandes de Lira, disse que até o final deste ano, estão previstos para serem aprovados os contratos para a construção de 500 casas de alvenaria. “A grande maioria dessas casas de taipa estão localizadas na zona rural do município, por isso, através do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) temos 10 projetos, cada um com 50 unidades habitacionais para serem construídas, que irão beneficiar os distritos de Santa Rita, com até 5 mil habitantes, como Lerolândia, Bebelândia, Livramento, Forte Velho e Odilândia. Já temos alguns processos transitando na Caixa Econômica, o que irá amenizar essa pressão por demanda de casas de alvenaria, onde até o final do primeiro mandato da atual gestão iremos erradicar a sub-habitação no município”, afirmou.

José Fernandes de Lira acrescentou que embora a quantidade seja menor, na área urbana também existem casas de taipa, cujos moradores deverão ser beneficiados com o programa 'Minha Casa Minha Vida', do governo Federal. “Essas pessoas da zona urbana serão atendidas pelo 'Minha Casa Minha Vida I' , que beneficia pessoas com renda mensal de zero a R$ 1.600 com casas ou apartamentos populares, cujas prestações ficam em média no valor de R$ 70”, disse.

O secretário afirmou ainda que até 2016, o déficit habitacional de Santa Rita, que atualmente está em torno de 10.500 unidades, seja reduzido em 40% ou 50%.

Conforme o Siab, além de Santa Rita, os municípios de João Pessoa, Mamanguape, Rio Tinto, Areia, Sousa, Jacaraú, Conde, Marcação e Campina Grande estão entre as dez cidades com o maior número de casas de taipa no Estado.

Diante dos números, o titular da Gerência Executiva de Produção da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap), através da assessoria de comunicação, disse que a Cehap já vem realizando a substituição das casas de taipa por casas de alvenaria há alguns anos, em toda a Paraíba, o que vem sendo feito através de vários mecanismos, tanto na zona urbana quando na rural, com destaque para o programa 'Minha Casa Minha Vida'.

PROGRAMA SUBSTITUI IMÓVEIS

Na zona rural do Estado, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) emprega recursos para produção ou substituição de imóveis às famílias que moram em situação de vulnerabilidade social. A informação é da Gerência Executiva de Produção da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap). Além disso, há o Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), que é uma linha direcionada à produção de empreendimentos habitacionais, cujo principal objetivo é subsidiar populações de baixa renda, na construção de conjuntos ou de unidades isoladas. Já na zona urbana, o trabalho é feito através do Sub-50, em parceria com as prefeituras para encontrar, cadastrar e beneficiar essas famílias que vivem em situação de risco.

A assessoria de comunicação da Cehap acrescentou que atualmente o órgão está em processo de elaboração de um novo projeto para trabalhar com a faixa da população que vive em casas precárias, de taipa, em áreas de risco e em situação de pobreza, que será executado com recursos próprios. No momento, a Cehap está na fase final de construção da proposta, onde já foram pontuadas a quantidade de recursos, exigências de participação, área de atuação no Estado, entre outros quesitos.

NA CAPITAL
Em João Pessoa, a meta da prefeitura é reduzir o déficit habitacional em 13 mil unidades durante os próximos quatro anos. Segundo o secretário adjunto de Habitação, José Mariz, a intenção é dobrar a quantidade de casas construídas em relação à gestão anterior. “Nos últimos oito anos, foram feitas cerca de sete mil unidades habitacionais em João Pessoa”, disse.

Ele ainda acrescentou que o governo já começou a fazer estudos para iniciar a construção de parte das casas. “Estamos lançando licitação para iniciar a construção de quase duas mil unidades habitacionais, localizadas nos bairros do Alto do Mateus, Alto do Céu, Saturnino de Brito e Porto do Capim. Os recursos virão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Minha Casa, Minha Vida”, completou. (Colaborou Nathielle Ferreira)

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Jornal da Paraíba

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