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VIDA URBANA

Paraíba terá projeto piloto de laboratórios de informática em presídios para aulas em EAD

Os apenados também utilizarão os tablets e notebooks para as visitas virtuais de familiares.

Publicado em 12/12/2020 às 13:18 | Atualizado em 12/12/2020 às 16:00


                                        
                                            Paraíba terá projeto piloto de laboratórios de informática em presídios para aulas em EAD
Penitenciária de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice. Foto: Walter Paparazzo

				
					Paraíba terá projeto piloto de laboratórios de informática em presídios para aulas em EAD
Foto: Walter Paparazzo. Foto: Walter Paparazzo/G1

O sistema prisional da Paraíba será o primeiro no país a receber projeto piloto do Instituto Humanitas 360 com a implantação de laboratórios de informática nas 64 penitenciárias e cadeias para ensino à distância a pessoas privadas de liberdade, para os policias penais e demais servidores da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), incluindo graduação e pós-graduação. A previsão de funcionamento do projeto Lab 360 é fevereiro do próximo ano com instrutores bolsistas de universidades.

Os apenados também utilizarão os tablets e notebooks enviados pelo Humanitas, por meio de cessão, para as visitas virtuais de familiares. A parceria do Instituto Humanitas 360 com o Governo da Paraíba, por meio da Seap, envolve ainda o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal de Justiça da Paraíba. O Humanitas é uma ONG dos Estados Unidos com sede também no Brasil, em São Paulo.

“O laboratório equipado vai ser o protótipo da iniciativa, o primeiro no Brasil, criado na Paraíba, onde a gente vai viabilizar o ensino, a formação, testes metodológicos, inovação científica e esse laboratório composto por pessoas privadas de liberdade vai ser expandido para todo território”, destacou Higor Cauê, gerente jurídico do Instituto Humanitas 360.

Na tarde desta sexta-feira (11), ocorreu reunião na Seap quando os projetos do Humanitas foram apresentados. O secretário Sérgio Fonseca avalia que as parcerias firmadas pela Seap estão fortalecendo os projetos de ressocialização. “O Humanitas 360 se apresenta como um dos parceiros mais fortes que vamos ter aqui no sistema prisional. Nós já recebemos 95 notebooks, 90 tablets e chegarão mais para proporcionar cursos à distância para nossos policiais penais, demais servidores e para as pessoas privadas de liberdade. A cooperativa social das mulheres, outro projeto do Humanitas, é algo significativo e os frutos serão colhidos a médio e longo prazos, sobretudo na diminuição da reincidência criminal que é o grande objetivo do Governo do Estado da Paraíba, cuidar das pessoas que mesmo em dado momento tenham cometido um crime, elas possam estar retornando para a sociedade da melhor forma possível”, afirmou.

Cooperativa social

Uma outra ação será a cooperativa social que vai ser instalada numa das quatro unidades prisionais femininas do estado. Higor Cauê visitou as unidades prisionais femininas de Patos, Campina Grande e João Pessoa para gerar um relatório e a Organização Não Governamental escolher em qual delas funcionará a cooperativa  social de mulheres do sistema prisional, “que tem início no regime fechado e vai até a liberdade das mulheres podendo agregar valores e constituindo meios de renda, mas, além disto, tirar elas da desvantagem social para construção de oportunidades econômicas viáveis e sustentáveis e principalmente a mudança de paradigma”. As reeducandas se tornarão mulheres empreendedoras. A cooperativa deve começar a funcionar em fevereiro próximo. Será contratado um profissional para gerenciar a cooperativa, além de professores de bordado, costura, crochê.

No presídio feminino a ser escolhido, será criada a Casa Tereza, um dos projetos do Humanitas 360, que é uma loja física para venda dos produtos da cooperativa, mas também um ambiente psicossocial. Para isto o instituto contratará equipe multidisciplinar, “para que tudo aconteça de fato como um meio de garantir para a pessoa privada de liberdade que ao sair da prisão ela consiga ter assistência ao trabalho, à educação, a um processo formativo de qualidade e de identificação cultural e mudança de vida”, explica Higor Cauê.

Ele acrescentou que das prisões também saem coisas positivas e que as pessoas estão sendo transformadas. O principal é culminar a ressocialização, evitando a reincidência criminal, tornando-se um modelo de empreendedorismo cívico-social para o Brasil, pontua o executivo do Humanitas.

Higor Cauê parabenizou a Seap pelo processo de engajamento dos policiais penais e demais servidores, profissionais treinados e capacitados. “Nós estamos entrando no estado da Paraíba com muita alegria e satisfação de poder contar com a parceria  desse governo que está posto como um dos governos mais transparentes e que tem viabilizado parcerias incríveis”, ressaltou.

Ele visitou as penitenciárias femininas e esteve acompanhado do gerente executivo de Ressocialização, João Sitônio Rosas.  Na Penitenciária Júlia Maranhão, na capital, a diretora Cinthya Almeida mostrou a oficina Castelo de Bonecas, projeto de sucesso que é reconhecido nacionalmente.

Imagem

Angélica Nunes

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