VIDA URBANA
Paraíba teve mais de mil casos de tuberculose ano passado
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, foram registrados aumentos de dignósticos em 2015 pelo fato de a população ter buscado mais tratamentos.
Publicado em 03/04/2016 às 16:00
No ano passado, foram registrados 1.053 novos casos de tuberculose na Paraíba, um ligeiro aumento comparado a 2014, quando foram feitos 1.043 diagnósticos. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e se referem aos casos que foram notificados pelo órgão. De acordo com o órgão, o aumento ocorreu por conta da maior conscientização da população ao buscar o serviço de saúde logo quando aparecem os primeiros sintomas.
Foi o que aconteceu com a advogada Lizziane Azevedo. Começou com uma dor intensa no lado direito das costas, durante alguns dias, e passou. Três meses depois, voltou a sentir as dores, que dessa vez vieram acompanhadas de febre e calafrios noturnos. “A febre sempre aparecia no final do dia e início da noite”, conta.
Apesar de não ter relatado tosses incessantes por mais de três semanas, o sintoma mais comum, Lizziane foi diagnosticada com tuberculose pleural. Precisou passar 10 dias internada e seis meses em tratamento. “Fiz os seis meses de tratamento, mas vez por outra ainda sinto uma dor bem distante, só de lembrança. Não é nada que incomode”, relata.
Na Paraíba, o número de novos casos por ano oscila, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 1990, foram registrados 1.411 casos no Estado; houve um pico no ano de 1999, quando 2.280 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Nos últimos anos, o total de novos casos apresentou baixa variação: 1075 em 2011, 1.103 em 2012 e 1.118 em 2013. Já a taxa de mortalidade em 2014 ficou no mesmo patamar de 1990, com 1,7% dos casos – abaixo da média do Nordeste, de 2,5% do total de casos notificados.
Queda nos números
Por outro lado, houve uma queda significativa na taxa de incidência da doença na Paraíba. No início da década de 1990, a doença atingiu 44,7 pessoas a cada 100 mil; chegou a 67,5 em 1999 e depois seguiu tendência de baixa. Em 2014, foram registrados 25,7 casos para cada grupo de 100 mil pessoas.
Segundo o Ministério da Saúde, quando os índices regionais de tuberculose são altos, refletem o baixo desenvolvimento socioeconômico, condições precárias de vida e falta de atenção básica à saúde. A queda do número de casos com o aumento da população na Paraíba indica que houve uma melhora das condições sanitárias e da qualidade de vida.
De acordo com a técnica do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde, Pollianna Marys, apesar de a tuberculose ainda ser uma doença fatal quando não tratada, os pacientes estão mais alertas aos primeiros sintomas, o que facilita o combate e o controle. “Também foram intensificados os contatos intradomiciliares e introduzidos novos municípios, na obtenção dos objetivos do Programa de Controle da Tuberculose no Estado da Paraíba”, explica.
Globalmente, o número de mortes caiu 42% desde 1990, mas três pessoas morrem a cada minuto em decorrência da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O mal também está entre as principais causas de mortes de mulheres entre 15 e 44 anos.
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