VIDA URBANA
Paraíba1 constata alinhamento de preços em diversos postos de CG
Conforme pesquisa feita pelo Procon na semana passada, dos 46 postos da cidade, 35 cobravam o mesmo preço pelo litro de gasolina. Órgão fez fiscalização nesta manhã.
Publicado em 17/05/2011 às 13:00
Karoline Zilah
Após receber denúncias de internautas sobre o preço dos combustíveis em Campina Grande, o Paraíba1 resolveu ir às ruas para constatar de perto o motivo das reclamações: o litro da gasolina custa R$ 2,69 na maioria dos postos de combustíveis da cidade.
Na manhã desta terça-feira (17), visitamos 11 postos localizados em sete bairros. O alinhamento de preço foi flagrado em oito deles.
O que a equipe de reportagem constatou é uma pequena amostragem dos números registrados pela Procuradoria de Defesa do Consumidor Municipal (Procon-CG).
A última pesquisa realizada pelo órgão na quarta-feira passada (11 de maio) mostra que, dos 46 postos da cidade, 35 cobravam o mesmo preço pela gasolina, R$ 2,69.
Em reação à falta de opções de preços, motoristas de Campina Grande organizam no Twitter um protesto para hoje à noite. A ideia é abastecer apenas R$ 0,50 de gasolina e pagar o valor no cartão de crédito ou com uma nota de R$ 100, pedindo nota fiscal. A mobilização deverá acontecer em um posto no bairro da Liberdade, às 20h.
O protesto adere à mobilização nacional chamada “Na Mesma Moeda”, que já aconteceu inclusive em João Pessoa. No Twitter, o assunto é comentado por meio das hashtags #NaMesmaMoeda e #NaMesmaMoedaCG.
Fiscalizações
De acordo com a assessoria de imprensa, o Procon Municipal está fiscalizando os postos de combustíveis nesta manhã para verificar se está sendo praticado preço abusivo. Em 2005, os donos de empresas assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo em não praticar preços além da pauta do governo, que é de R$ 2,66.
Na última pesquisa, o Procon encontrou o litro da gasolina comum custando entre R$ 2,59 (menor preço) e R$ 2,89 (maior valor) em Campina Grande. A diferença de R$ 0,30 significa uma variação de 11,58%. Consulte a pesquisa completa.
Em abril, o A Procon de João Pessoa autuou 13 distribuidoras de combustíveis que operam em João Pessoa, por aumento abusivo e alinhamento de preços. A multa para esta infração, prevista no Código de Defesa e Proteção do Consumidor, pode chegar a R$ 15 milhões.
Resposta do sindicato
“Não adianta fazer esse tipo de protesto, porque ele não vai atingir a origem do problema”, argumenta Bruno Agra, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Campina Grande e Interior da Paraíba (Sindirev).
Segundo ele, o que está ocasionando o aumento nos preços do álcool e da gasolina no país não são os postos, mas as refinarias e distribuidoras, que estariam resguardando em benefício próprio uma margem de lucro excessiva e repassando combustíveis a altos custos para os postos.
“A gente precisa se reunir enquanto sociedade civil organizada para detectar a origem do problema. Todas as distribuidoras e refinarias praticam o mesmo preço quando revendem o combustível. Como os postos vão conseguir repassar preços competitivos ao consumidor desta forma?”, questiona o representante dos empresários.
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