Paraibanos buscam exterior por curiosidade, emprego ou estudo

A saudade apertada na garganta e o desejo de conquistar o mundo é o que muitos paraibanos carregaram na bagagem ao tentar a sorte fora do Brasil. Segundo dados levantados pelo Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de quatro mil partiram em busca de melhores condições de vida no exterior, para estudar ou apenas viver uma experiência em outro país.

Nessa viagem, dificuldades com a língua, hábitos e costumes entre culturas acabam se tornando detalhes. Pelo menos assim pensa o fotógrafo Alessandro Assunção Potter, 24 anos, que trocou o trabalho em um jornal de João Pessoa para se aperfeiçoar no curso de fotojornalismo, em Barcelona, na Espanha.

“Para mim, a decisão de estudar fora do país surgiu a partir da vontade e necessidade de ter uma experiência em outro país e, consequentemente, conhecer outras culturas e pontos de vistas”, explica.

Ele, que chegou a cogitar fazer um curso similar de pós-graduação em fotorreportagem no Brasil, disse que acabou seduzido pela oportunidade de aprender com profissionais de renome internacional em umas das mais renomadas universidades da Espanha em sua área. “Muitas instituições oferecem esse mesmo curso aqui em Barcelona e, por sorte, eu escolhi a Grisart, que é melhor. Estou compartilhando experiências com fotógrafos da Alemanha, Venezuela, Colômbia, Coreia, Catalunha”, comenta.

Além do aprendizado profissional, a experiência particular com uma nova cultura tem enriquecido a viagem e valido cada centavo, economizado após meses de trabalho. “A experiência tem sido maravilhosa. Conhecer pessoas do mundo inteiro e conviver com elas abre nossa cabeça. Ter acesso à cultura e educação são fundamentais para o bom entendimento do mundo”, destaca.

A economista e advogada Ligia Ennes Jesi, 27 anos, compartilhou das mesmas experiências vividas pelo fotógrafo ao se instalar na Espanha por um ano para concluir o curso de economia e aperfeiçoar o idioma. A cidade escolhida, entretanto, foi a menos movimentada Léon. “Fiz intercâmbio em Connecticut, nos Estados Unidos, e em seguida fui para a Espanha. As duas experiências foram fundamentais para a minha formação acadêmica e pessoal”, conta ela, que atualmente é servidora pública federal em Brasília e sonha com a carreira diplomática.