VIDA URBANA
Parentes de vítimas criticam decisão que deu liberdade a Marvin
Familiares chamaram de "vergonha" o fato do jovem suspeito de participação no crime ter sido liberado
Publicado em 01/12/2016 às 11:22
A decisão da Justiça que colocou em liberdade Marvin Henriques Correia, de 18 anos, não foi bem recebida pelos parentes das vítimas da chacina de Pioz, na Espanha, da qual ele é suspeito de participação. Para os familiares, existem indícios contra o jovem e isso justificaria a manutenção da prisão dele. Marvin deixou a Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, na quarta-feira (30) e vai responder ao processo em liberdade.
Marvin ficou preso pouco mais de um mês. Ele foi detido preventivamente no dia 28 de outubro pela Polícia Civil. As investigações apontam que o jovem manteve contato direto com François Patrick Nogueira Gouveia, que confessou a chacina em Pioz, quando este matava o tio, Marcos Campos Nogueira, a esposa dele, Janaína Santos Américo, e os dois filhos pequenos do casal. As conversas teriam acontecido pelo aplicativo de mensagens WhatsApp e Marvin teria, inclusive, dado dicas de como mutilar e ocultar os cadáveres.
“A Justiça brasileira é muita falha, deixa um cúmplice de um assassinato sair em liberdade . Mostra que eu posso matar uma pessoa, sem ressentimentos, e ser solto”, afirmou George Santos Américo, irmão gêmeo de Janaína. Ele afirmou que a família estuda colocar um advogado para acompanhar o caso. “Acreditávamos na Justiça brasileira, mas agora estamos pensando nisso”, disse.
O irmão de Marcos, Walfran Campos, chamou de “vergonha” e “absurdo” a liberdade dada a Marvin. Como pode a Justiça libertar uma pessoa, onde tem provas contundentes de que ela participou [do crime]?. Tem as conversas dele, mandando, participando, rindo, brincando com a vida da minha família. Por isso que existe impunidade no Brasil, os criminosos fazem as coisas e ficam livres”, disse.
“Estamos falando de uma família inteira assassinada, duas crianças inocentes. É incrível como a Justiça permite isso. Esse cara teria que estra preso até agora, para ser julgado, e aí provar sua inocência, onde ele não tem argumentos. As provas estão aí”, acrescentou Walfran. O irmão de Marcos afirmou que a família quer apenas que a justiça seja feita. “Quem matou foi o nosso sobrinho e a gente não alivia, a gente quer justiça no caso dele também, queremos que ele fique preso a vida toda. A Marvin, que caiba a punição no tempo que a Justiça disser, mas que ele pague, ele não pode ficar livre”, pontuou.
Marvin foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado. O delegado Reinaldo Nóbrega, responsável pela investigação, considerou que o jovem teve participação apenas na morte de Marcos Campos, pois as conversas com Patrick começaram quando as outras três vítimas já tinham sido assassinadas .
O jovem vai responder ao processo em liberdade, sendo monitorado com uma tornozeleira eletrônica. Além disso, ele deve ficar recolhido em casa todos os dias das 22h às 6h e comparecer mensalmente em cartório. A decisão de revogar a prisão preventiva foi da juíza Francilucy Rejane de Souza, do 2º Tribunal do Júri, a mesma magistrada que manteve a prisão dele na audiência de custódia.
De acordo com o advogado de Marvin, Sheyner Asfora, o jovem preenche todos os requisitos para que responda ao processo em liberdade, pois o fato de ele estar solto não vai atrapalhar a ação penal e ele não apresenta perigo à sociedade ou à ordem pública.
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