VIDA URBANA
Pátio da BPTran tem mais de 4 mil veículos apreendidos
Alguns dos veículos apreendidos estão no local há mais de 20 anos.
Publicado em 07/12/2011 às 8:00
Mais de quatro mil carros e motos estão apreendidos no pátio do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), localizado no bairro de Tambiá, em João Pessoa. Alguns veículos estão no local há mais de 20 anos, segundo o capitão Delonix Costa Vasconcelos, que trabalha no local.
Ele conta que o principal motivo desse “abandono” é a falta de condições financeiras para a recuperação dos veículos. O oficial explica que, para fazer o resgate, os proprietários são obrigados a pagar todas as despesas relativas a emplacamentos atrasados, multas e demais encargos administrativos cobrados no ato da recuperação do carro ou da moto.
O problema é que, em muitos casos, esses valores são superiores aos custos de mercado do próprio veículo e muitos donos desistem de fazer a retirada.
“Pelo Código de Trânsito, os veículos só podem permanecer no pátio do BPTran até o período máximo de 90 dias. Após esse prazo, o veículo deve ir a leilão. Mas estamos com bens aqui há muitos anos porque os leilões não estão ocorrendo”, explica o capitão Vasconcelos.
As guias com os valores referentes a emplacamento e Imposto de Propriedade de Veículo Automotivo (IPVA) podem ser emitidas através dos postos de atendimento do Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran/PB) ou por meio do site www.paraiba.pb.gov.br.
O pagamento pode ser feito em bancos ou correspondentes bancários. De posse das guias pagas, os donos devem se dirigir ao BPTran. Ainda será necessário pagar uma outra taxa referente ao reboque usado no momento da apreensão do veículo.
“O Estado não tem reboque. Por isso, terceirizamos os serviços. Quando o proprietário vai retirar o carro, precisa pagar a taxa de reboque aos funcionários da empresa terceirizada que fica na porta do BPTran”, explicou o subcomandante do Batalhão, major Arilson Valério.
Ele acrescenta que, apesar da legislação permitir, o BPTran não cobra diárias referentes aos dias em que os veículos ficaram apreendidos. “O nosso pátio não é coberto, nem calçado. Por não oferecer uma estrutura adequada, não cobramos essas taxas relativas ao tempo de permanência do veiculo no pátio”, completou.
Com os documentos nas mãos, o marceneiro José dos Santos de Souza estava ontem no BPTran tentando retirar uma moto que foi apreendida há cerca de um mês. O veículo estava com o filho dele, um estudante de 18 anos.
Apesar da documentação do condutor e da moto estar em dia, os agentes de trânsito fizeram a apreensão porque o veículo foi adaptado em desacordo com normas do Código de Trânsito.
“Meu filho mudou o farol, o escapamento e outras peças. Ele sabia que isso é proibido, mas fez assim mesmo. Dei um castigo nele. Vou recuperar a moto, mas vou guardá-la e não deixar que ele a use por um tempo”, declarou.
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