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VIDA URBANA

PB e Chile se unem em pesquisa para controlar praga da palma

Segundo estudioso, a praga, conhecida como Cochonilha do Carmim, teria praticamente dizimado a palma forrageira do Nordeste.

Publicado em 21/04/2016 às 14:00

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Mayor do Chile uniram-se em um projeto para controlar uma praga que atinge a principal fonte de alimentação do gado durante a seca no Nordeste, a palma forrageira. Segundo os pesquisadores, a praga, conhecida como Cochonilha do Carmim, teria praticamente dizimado o vegetal da região.

Ainda conforme eles, o fato vem afetando drasticamente o meio ambiente, a economia e toda a população nordestina.

Com a pesquisa, os cientistas pretendem sequenciar os genes da Cochonilha do Carmim e descobrir novas maneiras de controlá-la, revelando seu repertório de genes e as vias metabólicas.

De acordo com Vinicius Coutinho, do Instituto Vandique e da Universidad Mayor e líder da pesquisa, “a ideia é fornecer um catálogo de potenciais alvos que poderiam ajudar a erradicar por completo o inseto invasor do ambiente e ajudar a melhorar a situação do Nordeste brasileiro. A criação deste catálogo de genes é o primeiro passo para o controle eficaz da praga”.

Ainda conforme Vinicius, a praga foi trazida ao país por engano, já que foi confundida com outra similar, usada na produção do corante 'vermelho carmim'.

“Além de produzir um corante de baixa qualidade, ela dizima a palma forrageira, único alimento bovino que resiste aos períodos de escassez de água no Nordeste. Com a destruição da lavoura de palma, o gado bovino morre de fome e isso vem gerando prejuízo superior a um bilhão de reais para os pequenos agricultores locais, só no estado da Paraíba”, explicou

O estudo ainda conta com a participação do Dr. Demetrius Araújo e Dr. Itácio Padilha, do Centro de Biotecnologia da UFPB.

Ciência colaborativa
Vinicius Coutinho criou um site onde arrecada fundos para essa e outras pesquisas científicas. “A proposta é usar a internet para democratizar a pesquisa. Qualquer pesquisador pode inscrever o seu projeto na plataforma, divulgar e conseguir financiamento dos verdadeiros interessados no desenvolvimento da ciência: os cidadãos comuns”.

O projeto do sequenciamento genético da Cochonilha do Carmim já arrecadou 54% do valor necessário para sua realização, ou seja, mais de sete mil reais em colaborações. “O processo é bem simples: basta acessar o site, selecionar o valor que deseja colaborar e utilizar um cartão de crédito ou boleto bancário para realizar uma doação. Tudo num ambiente seguro e à prova de fraudes”, afirma Vinicius.

Há recompensas que variam de acordo com o valor escolhido e vão desde o acesso ao andamento e aos dados da pesquisa a agradecimentos em publicações científicas.

Imagem

Jornal da Paraíba

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