VIDA URBANA
PB registra 3 mil casos de câncer bucal
Dados do Inca mostram que são registrados mais de três mil novos casos de câncer bucal por ano na Paraíba.
Publicado em 30/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:27
Os casos de câncer bucal na Paraíba têm atingido números alarmantes. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) são registrados no Estado mais de três mil novos casos por ano da doença, que já é o quarto tipo mais comum entre a patologia envolvendo homens e a oitava entre as mulheres.
Para evitar que a previsão de mais 1.960 diagnósticos entre homens e 1.060 entre mulheres se confirmem em 2014, a Prefeitura de Campina Grande, em parceira com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), está realizando uma capacitação com 54 cirurgiões-dentistas do município para identificar precocemente a doença e estimular a prevenção entre os pacientes.
Iniciada na manhã de ontem e com atividades teóricas até o final de tarde de hoje no auditório do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (Ipsem), a atividade faz parte da etapa preparatória para a campanha de detecção precoce do câncer bucal que será realizada nos próximos meses pela Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com a coordenadora de Saúde Bucal do município, Cassandra Lima, o objetivo da campanha é aumentar os índices de diagnóstico precoce através da identificação de lesões que acusam a doença em fase inicial.“Quando nós iniciarmos a campanha de forma mais extensiva serão escolhidos sete cirurgiões-dentistas que participarão de atividades na clínica-escola da UEPB lidando diretamente com os casos diagnosticados para depois se tornarem agentes multiplicadores do conhecimento para os outros membros das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Com isso nós planejamos atingir um maior número de pessoas para que a prevenção do câncer bucal também se torne mais presente na vida das pessoas”, explicou Cassandra Lima.
Já para o professor Gustavo Godoy, diretor-adjunto do Centro de Ciências Biológicos da Saúde (CCBS) da UEPB, esse treinamento será importante principalmente para que os profissionais dentistas tenham mais habilidade de identificar as lesões que na maioria das vezes acontecem, mas os pacientes não procuram ajuda médica. “A maioria das pessoas só vão ao dentista quando estão com dor. Mas essas lesões que ocasionam o câncer bucal não têm dor, por isso que temos que capacitar os dentistas para que eles ampliem seus conhecimentos para identificarem de forma mais eficaz para que o tratamento seja iniciado”, explicou Gustavo Godoy.
Sobre a incidência da doença em Campina Grande, o especialista disse que é muito parecida com a estimativa anual de novos casos em João Pessoa, que segundo o Inca é de 480 novos casos este ano para homens e 260 para as mulheres. De acordo com ele, em comparação aos índices nacionais, a Paraíba aparece com números muito elevados, e que medidas como o desenvolvimento de projetos de prevenção são alternativas viáveis para que essa quantidade de casos possa diminuir.
“A média nacional apresentada pelo Inca é de 11,54 novos casos para homens a cada 100 mil habitantes, enquanto que para as mulheres é de 3,92 também para cada 100 mil. Só que na Paraíba a nossa média é de oito a dez novos casos em homens para cada 100 mil habitantes e ainda atingimos a marca de 4 a 6 casos com mulheres para cada 100 mil. Essa realidade tem que mudar, e são com iniciativas como projetos desse tipo, com capacitação de profissionais e depois atingindo a população, nós poderemos diminuir esses números”, pontuou Gustavo Godoy.
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