VIDA URBANA
PB tem 30 unidades de saúde que atendem vítimas de acidentes com escorpiões
Segundo o Ministério da Saúde, risco de ocorrências é maior no verão. Saiba o que fazer em caso de picada.
Publicado em 13/01/2019 às 12:01 | Atualizado em 14/01/2019 às 12:55
O Ministério da Saúde registrou, em 2018, 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões em todo o país. O número representa um aumento de 16 mil ocorrências em relação a 2017, quando foram registrados 125 mil ocorrências. Se a comparação for com 2016, o crescimento é ainda maior, de quase 50 mil. Segundo o órgão, os números do ano passado são preliminares. A Paraíba tem 30 unidades de saúde de referência para atendimentos em caso de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões.
Em João Pessoa, o local para atendimento de vítimas de escorpião é o Hospital Universitário Lauro Wanderley e em Campina Grande, o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande Dom Luiz Gonzaga Fernandes. As cidades com mais unidades de referência no estado são Monteiro, no Cariri, e Patos, no Sertão, com duas cada. Confira a lista completa no site do Ministério da Saúde.
Em 2016, 115 pessoas morreram por conta de acidentes com escorpiões no Brasil. Em 2017, foram 88 mortes. O Ministério da Saúde ainda não tem esse dado fechado com relação a 2018. O órgão também não divulgou números detalhados por estados.
O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Os escorpiões que habitam o meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. A adoção de hábitos simples é fundamental para prevenir acidentes.
No ambiente urbano, para evitar a entrada dos escorpiões nas casas e apartamentos, a recomendação é de usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar as frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Outra medida é afastar as camas e berços das paredes, e ainda vistoriar as roupas e calçados antes de usá-los.
Nas áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões. Nas casas que possuem gramado, ele deve ser mantido aparado. Outra recomendação é não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulhos e materiais de construção, e nas atividades de jardinagem.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os inimigos naturais dos escorpiões, como lagartos, sapos e as aves de hábitos noturnos, como a coruja. Estes são os principais predadores dos escorpiões.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Estes produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes.
Populações mais expostas
Os grupos considerados mais vulneráveis são os trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa ou nos arredores e quintais. Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusearem objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático.
As crianças abaixo de sete anos apresentam maior risco de apresentar sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.
O que fazer em caso de acidente?
A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves.Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes. Desta forma, o soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). As ampolas são enviadas pela pasta aos estados, que são responsáveis pela distribuição aos municípios e pela definição estratégica das unidades de referência para o atendimento destes casos. Os soros também não são disponibilizados na rede particular de saúde.
Comentários