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VIDA URBANA

PB tem 511,4 mil fumantes

Abraço simbólico ao redor do anel interno do Parque Solon de Lucena lembra o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo.

Publicado em 29/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:54

Há 48 anos, o servidor aposentado Wilson Duarte não larga o cigarro. Ele conta que o hábito começou ainda na infância, ao presenciar os pais terem a mesma prática. “Meus pais pediam para que eu acendesse o cigarro para eles e depois eu comecei”, lembra. Wilson faz parte dos 511.480 fumantes na Paraíba, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O aposentado também entra nas estatística dos 68.010 (9,4%) fumantes que moram em João Pessoa, conforme estudo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2011. Segundo especialistas, o hábito de fumar afeta a qualidade de vida e pode gerar doenças graves que afetam o sistema respiratório, cardíaco e digestivo.

De janeiro deste ano até a quarta semana deste mês, 183 pessoas morreram vítimas de câncer de pulmão na Paraíba, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Para conscientizar os fumantes sobre os riscos à saúde, um “abraço simbólico”, ao redor do anel interno do Parque Solon de Lucena (Lagoa), na capital, lembra hoje o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo.

Os adeptos do tabagismo podem sofrer ainda com problemas no esôfago e laringe. Conforme as estatísticas da SES, foram 272 mortes provocadas por câncer em partes do aparelho digestório, sendo 162 no estômago, 64 no esôfago e 46 na laringe. Na capital, os homens fumantes ainda são maioria (13%) e a dificuldade em deixar o vício é o principal empecilho para o tratamento. Aos 23 anos, Adriano Bernardo da Silva diz ter começado o hábito por influência dos familiares, mas está tentando deixar o vício.

“Só faz uns 2 anos que fumo, mas não todos os dias. Comecei por conta de um tio meu. Minha esposa não gosta e estou tentando parar de fumar”, contou o cobrador de ônibus. O fato que levou Adriano e Wilson a fumar é comum nas famílias.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012 (Pense) mostram que na residência de 21,8% dos adolescentes que frequentam o 9º ano do ensino fundamental, em João Pessoa, pelo menos um dos pais ou responsáveis fuma cigarros.

A mesma pesquisa revela ainda que 1,7% dos jovens pessoenses, no mesmo período escolar do estudo, fizeram uso de outros produtos de tabaco, cigarro de palha, cachimbo, charuto, nos 30 dias do mês de referência da pesquisa. Já o percentual de adolescentes que experimentaram o cigarro pelo menos uma vez é de 20,5%.

De acordo com o pneumologista Antônio Almeida, quem fuma pode sofrer de problemas como diabetes, hipertensão arterial, elevação do colesterol e triglicerídeos, obesidade, além do estresse. Os danos podem ser reversíveis, dependendo do tempo que a pessoa é fumante e a quantidade de nicotina ingerida. No entanto, quanto mais tarde o tratamento for iniciado, o vício pode deixar sequelas.

“Muitos danos são irreversíveis do ponto de vista anatômico (no enfisema) mas com significativa melhora funcional após parar o tabagismo. Os benefícios não se restringem apenas ao aparelho cardiovascular e respiratório. Sentidos, como paladar e olfato, também melhoram muito”, explicou o pneumologista.

Fumantes passivos
Quem não fuma, mas divide espaço com fumantes ou está constantemente em convívio com eles, pode ficar exposto aos mesmos riscos à saúde. De acordo com a Pense 2012, 55,4% dos estudantes matriculados no 9º ano do ensino fundamental já estiveram na presença de pessoas que faziam uso de cigarro. Dentro deste percentual, o fato aconteceu mais com as mulheres (56%) e ocorreu com mais frequência nas escolas públicas, em 59% dos casos.

O pneumologista Antonio Almeida alerta que os fumantes passivos estão mais vulneráveis que os tabagistas ativos a desenvolver problemas respiratórios e até câncer nos pulmões. “O risco de câncer de pulmão é 30% mais elevado nos tabagistas passivos do que nos não passivos. Além de desencadear asma como o desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica. Em relação à morbidade (doença) e mortalidade por doença coronariana entre homens e mulheres, aumenta-se o risco em 25% a 35%”.

Locais para tratamento. Os fumantes que desejam fazer um tratamento para deixar o vício podem se dirigir a um dos 37 Centros de Referência para Tratamento de Fumantes que existem na Paraíba. Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES), os serviços são oferecidos em Unidades de Saúde da Família (USF), Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais), Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e Centros de Saúde.

Nesses locais, os usuários recebem acompanhamento médico e psicológico e ainda medicamentos. Há casos em que o paciente abandona o vício em menos de um mês de acompanhamento.

Na capital, o Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais), no bairro de Jaguaribe, oferece um núcleo de combate ao tabagismo há mais oito anos. “Para fazer o tratamento não precisa de encaminhamento. É só chegar e procurar o núcleo. O importante é acompanhar as reuniões, que podem ser semanais, quinzenais ou até mensais, dependendo do caso”, explicou o médico responsável pelo local, Sebastião Costa.

Além deste local, o tratamento contra o tabagismo também está disponível nos Cais dos bairros de Mandacaru, Cristo, Rangel e Mangabeira.

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Jornal da Paraíba

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