PB vai receber recursos para segurança pública

A Paraíba receberá investimentos de mais de R$ 60 milhões em segurança pública nos próximos meses. Dentre os projetos para os quais o montante será direcionado, R$ 30 milhões já foram recebidos e nos próximos dias será lançado edital para empresas que vão concorrer para implementar e um sistema de radiocomunicação digital no intuito de melhorar os serviços de integração entre as polícias e inteligência no Estado. O anúncio foi feito ontem pelo Secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, durante o Encontro Nacional para chefes de Organismos de Inteligência (Enchoi), que está sendo sediado na Paraíba. Participaram do evento a cúpula de segurança pública e inteligência da Paraíba e demais Estados do Nordeste, além da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki.

De acordo com o secretário de Segurança da Paraíba, o intuito é que até o final do ano esses equipamentos estejam implantados, transformando todo o sistema de comunicação que hoje funciona no modo analógico para o digital. Apesar dessa implementação iminente, Cláudio Lima reconheceu a necessidade de continuar trabalhando para organizar a segurança pública estadual. “Nós passamos por momentos difíceis e, hoje, o Nordeste ainda tem muito o que melhorar em questão de segurança pública e esse é o nosso objetivo. Temos que traçar diretrizes para organizar a segurança pública e integrar ao setor de inteligência para ampliar horizontes”, frisou.

O secretário ressaltou que a Paraíba é, hoje, um dos únicos Estados do país que possui um projeto de lei que institui a criação de um sistema de inteligência. Cláudio Lima se referiu à lei estadual de número 10.338/14, inserida no Sistema Brasileiro de Inteligência. Ela foi promulgada no dia 2 de julho e decretada em 30 de julho. Segundo o secretário, o intuito maior é criar uma doutrina de inteligência policial que possa articular e se comunicar entre os órgãos de segurança pública.

“Antigamente cada Estado cadastrava suas informações de forma aleatória. No ano de 2012 o Ministério da Justiça instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência para reunir essas informações. Nesse evento estamos discutindo isso e de que forma podemos melhorar não só na Paraíba, mas em todo o país”, acrescentou.

Segundo o secretário executivo da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Jean Nunes, atualmente a Paraíba e todo o país precisam parar de “correr atrás do prejuízo” e devem começar a se antecipar à criminalidade. “Precisamos avançar na questão de inteligência. Ele não deve somente assessorar investigações, correndo atrás do prejuízo, algo que não só a gente, mas todo o país faz errado, mas sim se antecipar às ações da criminalidade”, afirmou. “Queremos a partir da próxima semana começar a reunir o conselho de inteligência e dar início trabalhos de conscientização do que tem na lei e no decreto estadual. Queremos colocar em prática, temos pressa porque estamos muito atrasados”, complementou.

Já a secretária Nacional de Segurança Pública disse que o intuito de pensar a inteligência policial é se espelhar no sucesso alcançado durante a Copa do Mundo, realizada no Brasil este ano. “Com a Copa do Mundo, nós pudemos perceber que somos capazes de dar segurança aos cidadãos que aqui vieram visitar. A integração é o maior exemplo de que somos mais eficazes quando trabalhamos juntos”, disse.

Essa é a primeira vez que o Estado da Paraíba recebe esse evento o que, para Cláudio Lima, mostra o reconhecimento de um trabalho que vem sendo feito de forma integrada entre as polícias do Estado. Além disso, ele reiterou os investimentos que vem sendo feitos na segurança pública nos dois últimos anos. “Temos investido na segurança pública do Estado e um dos projetos mais importantes hoje é o de radiocomunicação.

Um investimento orçado em mais de R$ 30 milhões. Além disso, temos mais de R$ 61 milhões em caixa, dinheiro que provém de uma parceria entre os governos estadual e federal para a segurança”, disse. “A nossa polícia está de parabéns e os resultados da Copa do Mundo mostram isso”, comentou, reconhecendo que ainda é preciso fazer mais para organizar a segurança pública estadual.