VIDA URBANA
PC prende acusado de matar jovem na capital
Jônathas Linhares Santana de 32 anos é suspeito de matar a garota de programa Natália Clementino Costa, 25 anos, no dia 31 de maio.
Publicado em 05/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:51
O acusado de matar a garota de programa Natália Clementino Costa, 25 anos, no dia 31 de maio deste ano, em João Pessoa, foi apresentado na manhã de ontem na Delegacia de Homicídios. Jônathas Linhares Santana, 32 anos, estava usando documentos falsos com o nome Edilson Cézar de Azevedo e, há 3 meses, trabalhava em uma empresa de manutenção de ar condicionado, em Brasília. O paraibano da cidade de São Mamede, no Sertão, foi preso na semana passada em Brasília.
A prisão foi concretizada através de uma ação conjunta entre as polícias Civil de João Pessoa e do Distrito Federal. O delegado Everaldo Barbosa, presidiu o inquérito e definiu o acusado como frio e calculista, já que o crime foi premeditado.
Para ele, o acusado pode ser considerado um criminoso em série, pois em 2011 cometeu o mesmo crime e com as mesmas características contra uma outra garota de programa, que foi largada desacordada próximo ao Estádio Ernani Sátiro (Almeidão), no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa. A vítima sobreviveu à tentativa de homicídio, mas não quis levar o caso adiante, porém, reconheceu o acusado imediatamente após a polícia mostrar a sua foto adquirida em um perfil de uma rede social.
De acordo com Everaldo Barbosa, a jovem Natália foi encontrada seminua, com sinais de agressão física e asfixia na modalidade esganadura e quando a polícia chegou ao local, o corpo já apresentava rigidez cadavérica, o que segundo laudos periciais atestou que a morte havia ocorrido cerca de 12h antes do corpo ser localizado. “Essas características nos levaram a acreditar que se tratava de um crime passional, mas após três dias a hipótese foi descartada. O companheiro da vítima, que mantinha uma união estável há seis anos com a vítima em Natal (RN) foi intimado para prestar depoimento, mas inocentado do crime. Depois, uma segunda linha de investigação foi iniciada e estaria relacionado com a atividade exercida, não por ser garota de programa, mas por ter sido atraída para ser morta”, explicou.
Everaldo Barbosa afirmou que horas antes de cometer o crime, Jônathas, também conhecido por 'Bola', deixou o próprio veículo estacionado em um supermercado e pegou um táxi até o motel, onde se encontrou com Natália. “Ele chegou sozinho de táxi, foi para um quarto e depois mudou de suíte, alegando preferência.
Pediu para a recepcionista do motel ligar para o número da jovem. Minutos depois ela chegou ao local, eles tiveram relações sexuais e em seguida ele a espancou e esganou. No motel, há registro de um pedido de absorvente feito pelo acusado, que ele usou para limpar o sangue da jovem, sem deixar suspeitas de que teria ocorrido um crime ali. Depois disso, ele a colocou já morta no carro e a deixou no próprio veículo próximo à Asfita (Associação dos Filhos de Itaporanga), no Jardim Oceania, por volta das 18h30”, disse.
A Polícia Civil (PC) teve informações de que Jônathas estava em Patos, no Sertão, onde tem vários familiares, mas preocupado com a repercussão do caso teria saído de lá. Depois de alguns dias, recebeu uma denúncia através do 197 de que o acusado estaria em Brasília e então foram feitas diligências até localizá-lo.
As investigações contaram com as imagens do circuito interno de segurança do motel onde ocorreu o encontro, seguido do crime.
OBSESSÃO POR GAROTAS DE PROGRAMA
Conforme a polícia destacou, a hipótese de uma possível obsessão por garotas de programa, que teria iniciado após o casamento com uma profissional do sexo, a qual Jônathas teria conhecido em site de acompanhantes, e convivido maritalmente, por seis anos, pode ter sido a motivação para matar Natália. A tese foi reforçada pelo fato de Jônathas também ter tentado matar a outra jovem com a mesma profissão em 2011.
Para o delegado executivo da Região Metropolitana da Polícia Civil, Wagner Dorta, que apoiou a investigação e esteve presente na apresentação do acusado, o homicídio, que teve requintes de crueldade, precisou de uma investigação complexa, mas que o quebra-cabeças foi montado e a prisão feita efetuada com sucesso.
Inicialmente, o acusado disse que não tinha nada a declarar à imprensa, mas em seguida confirmou que agrediu Natália com um tapa, que seria direcionado ao rosto, mas que a atingiu no pescoço, e que não tinha intenção de matá-la. Em depoimento, ele afirmou também que Natália tinha lhe ofendido verbalmente em uma discussão e que estava planejando com a jovem de morarem juntos. “Ele esganou Natália com as duas mãos. Todas as teses dele de defesa são falsas e refutadas pela Polícia Civil, inclusive pelo fato de Natália já ter um relacionamento sério de seis anos com um homem de Natal, então, é outra mentira que ele comete”, ressaltou Wagner Dorta.
Jônathas Linhares Santana possuía um histórico de violência e responde a um processo criminal, na Lei Maria da Penha, por ter agredido a própria mãe em Patos. Agora, ele está à disposição do 2º Tribunal do Júri da capital e responderá por homicídio qualificado e por falsidade ideológica.
RELEMBRE O CASO
Natália Clementino Costa, 25 anos, foi encontrada morta na tarde do dia 31 de maio deste ano dentro do próprio carro, um Gol de cor branca, nas imediações da Associação dos Filhos de Itaporanga (Asfita), no bairro do Bessa, em João Pessoa.
A polícia constatou sinais de violência sexual e marcas no pescoço causadas por estrangulamento. Natália morava em Natal, no Rio Grande do Norte, e estava passando o fim de semana com a família, que mora no bairro do Altiplano, na capital.
Em um site brasileiro de acompanhantes, Natália possuía um perfil com várias fotos suas nuas e apresentava dois números de telefone para contato. Intitulada de 'Bárbara Bueno', a jovem dizia ter 21 anos e cobrava R$ 500 por atendimento.
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