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VIDA URBANA

Pedalar na capital é cada vez mais arriscado

Uso das ciclovias por pedestres e praticantes de outros esportes prejudica ciclistas, que cobram mais fiscalização nas áreas.

Publicado em 07/01/2012 às 6:30


Usar a bicicleta como meio de transporte ou simplesmente para pedalar nas ruas de João Pessoa tem se tornado uma prática arriscada nos últimos meses. Faltam vias adequadas para o ciclistas e, mesmo nas áreas em que foram construídas ciclovias, o risco de acidentes é eminente. As queixas recaem sobre pedestres que fazem caminhadas ou corridas, skatistas, motocicletas, vendedores ambulantes de DVD e até automóveis, que obstruem a passagem que deveria ser exclusiva para as bikes.

Representante do grupo de ciclistas 'Pedal Jampa', o comerciante André Nascimento, 34 anos, critica a falta de fiscalização e de controle do espaço que deveria ser exclusivo para a prática do esporte. “Skatistas, pedestres, motos e até carros obstruem a via do pedal, sem falar nas pessoas que soltam seus filhos na ciclovia sem nenhuma preocupação”, denuncia.

O diretor de Trânsito da Superintendência de Transportes e Trânsito (STTrans), Cristiano Nóbrega, disse que o órgão já realizou inúmeras melhorias para coibir o avanço de equipamentos que não sejam bicicletas, mas não pode coibir o trânsito de pessoas. “Substituímos os caixões (pequenos blocos de concreto) por uma proteção maior, de 30 cm, para tentar evitar que outros não ultrapassem. Os fiscais estão constantemente trafegando nos principais trechos e fazemos a fiscalização”, garantiu.

Além da concorrência com outros esportistas, o ciclista André Nascimento conta que há ainda problemas de ordem física que criam armadilhas para quem está pedalando, como os pontos de escoamento de água da chuva com desnível acentuado e bocas de lobo.

Pedaleiro há mais de cinco anos, o publicitário Eduardo Araújo, 30 anos, aponta outro obstáculo nas ciclovias que poderiam facilmente ser evitados. “Os vendedores ambulantes e os pedestres mal educados atrapalham muito o pedal nas ciclovias, mas além disso os próprios setores públicos não colaboram. A Autarquia Municipal Especial de Limpeza Urbana (Emlur), por exemplo, coloca os tambores de lixo na nossa via”, reclama.

De acordo com o coordenador de Varrição e Coleta da Emlur, José Antônio Araújo, a responsabilidade pelos tambores é dos proprietários de barracas que deveriam recolhê-los após o resgate do lixo pelo caminhão da empresa de lixo. “Já notificamos para que eles deixassem o lixo ensacado e eles continuam desrespeitando. Estamos multando os infratores para ver se eles cumprem. A multa pode chegar a 400 mil UFIRs. Não entendo como as pessoas não zelam pelo ambiente onde ganham o pão”, comenta.

Caso a situação continue, o grupo Pedal Jampa ameaça realizar uma grande manifestação nas principais vias da capital. “Do jeito que está não tem como continuar. Cobramos das autoridades e até agora nada foi feito. A Superintendência de Trânsito de João Pessoa alega que não pode fiscalizar a ciclovia, apenas os estacionamentos. Queremos que a prefeitura faça um trabalho de conscientização da população, pelo menos, já que não pode multar”, afirma André Nascimento.

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Jornal da Paraíba

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