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VIDA URBANA

Permanecer no campo é desafio para muitos

Uma das grandes lacunas é a falta de agroindústrias dentro dos campos.

Publicado em 21/10/2012 às 13:00

Os assentamentos estão produzindo, mas precisam de incentivo. Uma das grandes lacunas é a falta de agroindústrias dentro dos campos para beneficiar os produtos e assim lhes agregar valor. Foi o que afirmou a coordenadora nacional do Movimento Sem Terra na Paraíba (MST), Juliane Carneiro.

Segundo ela, no primeiro ano como assentado, o agricultor consegue crédito de apoio para construir casa e comprar ferramentas. No entanto, depois desse período ele fica esperando os programas de incentivo do governo, que por vezes “possuem pacotes muito diferenciados do que seria necessário para a realidade dos assentamentos. Com o que eles conseguem de recursos, muitas vezes não dá para investir e obter renda”.

Juliane enfatizou que é muito difícil “crescer, produzir e permanecer no campo. Há agricultores que se encontram em situação de endividamento e os que conseguem produzir têm problemas para vender - pois não existe feiras específicas de reforma agrária. Além disso, os programas são bastante burocráticos e de difícil acesso”.

Ainda conforme a líder do MST, a maior parte da produção dos assentamentos é escoada por meio dos atravessadores e sai com preço desvalorizado. “O atravessador não valoriza o produto na compra, mas vende por um preço bem alto na feira, então fica com muito lucro”, disse, ao enfatizar que o problema de produção é mais crítico naqueles assentamentos situados próximos a usinas que despejam agrotóxicos (interferindo na produção).

‘Sofrem’ ainda aqueles localizados no Sertão – que não possuem um clima favorável, nem fontes abundantes de água. “Eles são abastecidos por cisternas e dependem da água da chuva, pois não há como cavar poços – já que a água é salobra. Não existe um programa de incentivo à irrigação”, completou.

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Jornal da Paraíba

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