VIDA URBANA
Pesquisas apontam que dislexia atinge cerca de 646 mil paraibanos
Pesquisas científicas estimam que o transtorno atinja até 17% da população mundial
Publicado em 20/11/2011 às 8:00
Embora a Associação Brasileira de Dislexia não possua dados oficiais sobre o número de dislexos no Brasil, pesquisas científicas estimam que o transtorno atinja até 17% da população mundial. Isso representa quase 32,4 milhões de brasileiros e 646 mil paraibanos, já que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística calcula que a quantidade de habitantes do Brasil e da Paraíba sejam de 191 milhões e de 3,8 milhões respectivamente.
Falta de informação e ausência de psicopedagogos nas escolas são apontados pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD) como as causas da demora no diagnóstico. A psicóloga e psicopedagoga da ABD Áurea Maria Stávale Gonçalves, observa que os educadores não estão preparados para identificar o problema em sala de aula. A situação é preocupante, porque a dislexia tem o poder até de afastar crianças da escola e jogá-las na criminalidade.
“O sucesso da aprendizagem da criança com dislexia depende da ação conjunta da família, escola e intervenção com profissional especializado. A não identificação poderá causar fracasso escolar, prejuízos afetivos emocionais, baixa autoestima, depressão, ansiedade e, algumas vezes, o ingresso para a marginalidade”, adverte Áurea Maria.
O peso das declarações foi sentido na pele por Djane. Ela conta que ficou desamparada quando recebeu o diagnóstico. “Eu tive que tirar meu filho da escola, porque a diretora justificou que não tinha condiçoes de prestar assistência a ele. Que não tinha estrutura e nem disponibilidade para ajudá-lo. Era um colégio particular tradicional de João Pessoa, que me deixou desamparada. A diretora me mandou procurar outro colégio, o único com condições adequadas para atender meu filho”, lembra a mãe.
Djane matriculou o filho em outra instituição de ensino e comemora avanços. “O diagnóstico ocorreu há quatro anos. Hoje meu filho tem 11 anos e sabe ler e escrever. É uma criança muito inteligente e esperta. Mas ainda me sinto desamparada, porque gostaria de colocar meu filho em qualquer colégio de João Pessoa, mas as escolas estão despreparadas”, lamenta.
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