VIDA URBANA
Pessoas com deficiência estão fora da escola
O Ministério do Desenvolvimento Social concede benefício a pessoas com deficiência e incapacitadas para o próprio sustento, mas boa parte deles não frequentam escola.
Publicado em 24/09/2011 às 6:30
Na Paraíba, das pessoas com deficiência, de 0 a 18 anos, que receberam o Benefício de Prestação Continuada (BPC) no ano de 2010, 55% não estavam na escola. No ano de 2008, esse índice era pior: apenas 20% desses beneficiários estavam matriculados na escola. O benefício, de um salário mínimo, repassado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), é concedido a pessoas com deficiência, incapacitadas para o próprio sustento.
Em 2008, 9.395 pessoas com deficiência de 0 a 18 anos receberam o benefício. Destas, apenas 1.855 estavam na escola. Em 2010, as estatísticas do MDS mostraram que o ingresso na escola melhorou. Dos 10.921 que recebiam o BPC, 4.817 estavam matriculados nas escolas.
A assessora de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), Marina Santos, explicou que essas pessoas que recebem o benefício são estimuladas a frequentar a escola e entrar no mercado de trabalho. “Quando o beneficiário vai para para o mercado de trabalho, ele tem o benefício suspenso, mas se não se adaptar pode voltar a receber o BPC. Muitos acreditam erroneamente também, que se forem para escola, podem perder o benefício”, destacou Marina.
“O BPC é um benefício muito importante para as pessoas com deficiência, em uma ação intersetorial, que envolve saúde, educação e desenvolvimento social. É destinado às pessoas com menor poder aquisitivo e com menor informação”, destaca a reabilitadora da Funad, Ana Cristina Bastos.
Ana Cristina também disse que o estímulo à escola também é um dos objetivos da Funad. “Muitos ainda fazem do BPC a renda familiar e acham que podem perdê-lo se entrarem para a escola.
Mas o nosso objetivo é justamente incluir essas pessoas na educação”, explicou Cristina.
“Estamos em contato com todos os municípios para que a Paraíba tenha uma cobertura de 100%”, completou Ana Cristina. Ela afirmou que essas cidades já promoveram capacitação e questionários para que as pessoas tenham conhecimento do programa.
PRÊMIO
Na última terça-feira, o Ministério da Educação lançou a 2ª edição do Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas. O prêmio tem o propósito de identificar, valorizar e divulgar experiências de inclusão escolar de estudantes com deficiência nas escolas comuns de ensino regular. Serão premiados relatos de experiências das escolas públicas de educação básica e das secretarias de educação, além de textos narrativos produzidos por estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, matriculados em escolas públicas.
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