VIDA URBANA
PF e DNPM interditam 30 minas ilegais na Paraíba
Área de quase 700 hectares foi fechada na região do Seridó, após denúncias de uma cooperativa.
Publicado em 27/01/2012 às 8:00
Uma denúncia feita pela Cooperativa dos Mineradores de Junco do Seridó, no Sertão paraibano, terminou na interdição de uma área de aproximadamente 700 hectares e em mais de 30 minas clandestinas fechadas, na última terça-feira. Na madrugada de ontem, a sede da cooperativa foi arrombada e a direção da entidade acredita que a ação criminosa aconteceu em represália. As interdições foram feitas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em conjunto com a Polícia Federal. Segundo o DNPM, o local fica próximo ao sítio Carneiro.
A presidente da cooperativa, Maria Aparecida Batista, revelou ainda ontem que estaria recebendo ameaças de morte, por conta do trabalho realizado no combate à exploração clandestina dos minérios na região. “Eu recebi ligações dizendo que se nós não parássemos seríamos carta fora do trabalho”, relatou a dirigente da entidade.
Segundo a polícia, a sede da cooperativa foi arrombada e os suspeitos roubaram computadores, documentos e reviraram todas as gavetas, possivelmente à procura de documentos. Atualmente, são cerca de 1,5 mil trabalhadores clandestinos no garimpo de diversos minérios, na região do Junco do Seridó. Na área interditada estava sendo explorado o caulim. “Hoje, nós temos 180 trabalhadores cooperados e temos tentando trabalhar junto com as instituições públicas em busca da legalização desse trabalho”, explicou.
O engenheiro do DNPM, Arnaldo Maia, que acompanhou a inspeção, informou que no local foram encontradas pessoas sem nenhum tipo de condições de trabalho ou equipamentos de segurança, além de grandes crateras exploradas irregularmente. Os locais, segundo ele, oferecem alto risco de vida para os trabalhadores. “Quem foi flagrado explorando a atividade ilegalmente foi orientado a deixar a área, já que a cooperativa é que tem permissão para explorar a área e está tentando um processo de formalização”, ressaltou.
No ano passado, pelo menos cinco trabalhadores morreram no município de Junco do Seridó, soterrados por desabamentos de minas localizadas na zona rural da cidade. “As inspeções irão continuar e quem tiver denúncias pode nos informar por telefone”, lembrou Arnaldo Maia.
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