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VIDA URBANA

Pichações no Centro Histórico

Moradores do Centro Histórico denunciam pichações nos prédios e ocupação de imóveis por moradores de rua e usuários de droga.

Publicado em 10/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:46

“A paz não precisa ser um sonho”. A frase, retirada da letra de uma música do rapper carioca MV Bill, é uma das dezenas de pichações escritas nos muros, rodapés e até nas escadas da igreja São Frei Pedro Gonçalves, localizada no Varadouro, em João Pessoa. O problema tem afetado a maioria dos prédios do Centro Histórico da capital e, segundo a população, o crime contra o patrimônio histórico acontece durante as madrugadas e aos finais de semana.

Na praça Antenor Navarro, onde está concentrada a maioria dos casarões em melhor estado de conservação, as frases com discursos de protesto, ilustrações que identificam grupos ou somente rabiscos, misturam-se à arte do grafite, que são expressões artísticas autorizadas pela Prefeitura de João Pessoa e órgãos de proteção ao patrimônio histórico. Além da igreja, o Hotel Globo, as estruturas da própria praça e alguns casarões do local são os alvos mais frequentes dos vândalos.

A degradação nos imóveis do patrimônio histórico é motivo de tristeza para quem conhece e frequenta o Centro Histórico. A população denuncia ainda que a maioria das pichações é feita também por usuários de drogas, que frequentam algumas estruturas abandonadas e também a praça para fazer atos ilícitos. Em uma das dezenas de textos escritos nos imóveis, frases de apologia ao uso de drogas, como “Preçizo de makonia e dinheiro (Preciso de maconha e dinheiro), teriam sido feitas por usuários, segundo os moradores.

“Essas pichações aqui são feitas da noite da sexta-feira para o sábado. Os jovens que fazem isso vêm consumir drogas aqui e depois picham. O jeito é a gente se trancar e ficar isolado em casa, porque é até perigoso a gente abrir a janela”, lamentou uma comerciante que não quis se identificar.

Também morando há 15 anos próximo à praça Antenor Navarro, o aposentado Dorgival Coutinho reclama que no período da noite a iluminação na área é precária e a escuridão facilita ação dos bandidos e promove, inclusive, o tráfico de drogas. “Os vândalos fazem isso durante a madrugada e nós estamos praticamente reféns. O que acontece é que esse espaço não tem dono, porque nem a polícia e a guarda municipal aparecem aqui”, desabafou o morador.

Durante a manhã de ontem, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA flagrou uma equipe da Guarda Municipal fazendo rondas na praça Antenor Navarro e no entorno do Hotel Globo, onde encontraram um homem dormindo no pátio da estrutura.

Segundo os moradores, os imóveis abandonados, como o antigo convento Franciscano construído nos fundos da igreja São Frei Pedro Gonçalves são utilizados como abrigo para moradores de rua e também como ponto de venda e consumo de drogas.

IPHAN DIZ QUE FALTA SEGURANÇA

Os técnicos da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alegam que as pichações acontecem por falta de policiamento e segurança no local, por parte dos guardas municipais. De acordo com o diretor técnico do órgão, Luciano Souza, é difícil identificar os autores do vandalismo e o problema afeta também a vivência e conservação do Centro Histórico, por parte dos visitantes.

“O nosso papel é conservar o Centro Histórico, mas a falta de pessoal fiscalizando dificulta isso. As pessoas que fazem as pichações nunca são identificadas. A gente tem conversado com o secretário da Guarda Municipal de João Pessoa para pedir um reforço na segurança e saber como poderíamos agir para prevenir esse tipo de ação”, completa o representante do Iphan.

O secretário de Segurança Pública e Cidadania da capital, Geraldo Amorim, informou que equipes da Guarda Municipal fazem rondas constantemente na área da praça Antenor Navarro, Pavilhão do Chá, Largo de São Francisco, Parque Solon de Lucena e praça Pedro Américo. Além disto, as ações de segurança em toda a área do Centro da cidade serão reforçadas com a instalação de 20 câmeras de vigilância, cujo funcionamento está previsto até o final do próximo mês.

“O nosso objetivo é monitorar as pessoas que estão abastecendo o tráfico no Centro. Além disso, com essas câmeras nós vamos trabalhar em conjunto com a Secretaria de Saúde, que vai atender os usuários de droga e oferecer tratamento”, completa Amorim.

Imagem

Jornal da Paraíba

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