VIDA URBANA
PM apreende veículo transportando chorume
Substância altamente poluidora é proveniente de matéria orgânica em putrefação, e deve ser descartada seguindo normas técnicas.
Publicado em 03/07/2012 às 6:00
Um caminhão da Construtora Planície, empresa responsável pela administração do aterro sanitário da cidade de Puxinanã, no Agreste paraibano, foi apreendido pela Polícia Militar (PM) durante a tarde do último domingo por estar retirando e despejando irregularmente o chorume produzido no local. A substância, que contém alta carga poluidora, e é proveniente de matérias orgânicas em putrefação, precisa de uma atenção especial para não contaminar a área onde o lixo está concentrado. Segundo as normas técnicas, o ideal é que o aterro sanitário deva ter uma estação de tratamento do chorume.
Após a apreensão, foi aberta uma investigação para saber os motivos do transporte irregular do chorume. De acordo com o engenheiro agrônomo Isnaldo Cândido, que estava presente na apreensão do veículo, existe a possibilidade dessa retirada ter acontecido em outras oportunidades. “As chances disso ter acontecido outras vezes são muito grandes. O que suspeitamos é que o chorume estava sendo transportado para o bairro da Catingueira, em Campina Grande”, disse o engenheiro.
De acordo com o que foi registrado pela Polícia Civil, o condutor do veículo afirmou que já havia realizado anteriormente outros sete descarregamentos da substância e que o local para onde a última carga estava sendo levada era até um canal da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
Ainda com o que foi registrado no boletim de ocorrência através do depoimento do motorista, a empresa de água e esgotos do Estado tinha conhecimento do transporte e que o mesmo estava apenas cumprindo ordens dos engenheiros responsáveis pela administração do aterro sanitário.
Isnaldo Cândido ainda afirmou que o local onde foi construído o aterro continua apresentando diversos problemas estruturais ao meio ambiente, principalmente no que diz respeito ao escoamento do chorume, e que por isso estava ocorrendo a prática de retirada irregular da substância.
“Se dessa vez nós flagramos esse transporte, e diversas pessoas que moram em Puxinanã já afirmaram que viram outras vezes esse mesmo caminhão realizando esse trabalho, é bem possível que haja um risco muito grande de alguns locais serem contaminados”, pontuou.
O secretário de Serviços Urbanos da Prefeitura Municipal de Campina Grande, Fábio Almeida, explicou que a pasta não tem nenhuma responsabilidade com o serviço realizado no aterro sanitário, uma vez que a responsável é uma empresa terceirizada.
“Nossa responsabilidade é com o serviço de coleta de lixo dentro da cidade de Campina Grande. Tudo o que seja realizado no aterro sanitário quem poderá responder é apenas a empresa contratada”, disse.
A gerente regional da Cagepa, Alexandrina Formiga, informou que não tem conhecimento de que tenha sido dado qualquer tipo de autorização para que os caminhões pudessem despejar o material no local. Ela adiantou, porém, que o caso será investigado internamente. “Ao que parece, essa pessoa que teria dado essa autorização não tem poderes para isso. E nós vamos ver a situação para identificar esse comportamento”, assinalou Alexandrina.
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