VIDA URBANA
Pneumonia mata duas pessoas por dia na PB
Durante os 12 meses de 2012, foram 839 óbitos registrados, quatro a mais que as 835 ocorrências do mesmo período de 2011.
Publicado em 18/01/2013 às 6:00
A pneumonia matou no ano passado, em média, duas pessoas por dia na Paraíba. Foram 839 óbitos registrados durante os 12 meses de 2012, quatro a mais que as 835 ocorrências do mesmo período de 2011. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os números mostram que a quantidade de vítimas da doença cresceu em 301,43% ao longo de 13 anos no território paraibano, já que, em 1999, quando a mortalidade começou a ser contabilizada, houve 209 casos.
Os idosos são as principais vítimas da pneumonia. Dos 839 óbitos contabilizados no ano passado, 739 foram de pessoas com mais de 50 anos de idade. Outras 64 mortes ocorreram entre indivíduos que estavam na faixa etária dos 15 aos 49 anos. Já as crianças e adolescentes foram os menos atingidos por essa mortalidade. No ano passado, houve 19 registros entre moradores com idades entre um e 14 anos de idade e outros 16 casos entre indivíduos com menos de 12 meses de vida.
Segundo o pneumologista e presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba, Sebastião de Oliveira Costa, os idosos são os mais atingidos pela doença por causa da imunidade. Ele acrescenta que as defesas naturais do organismo vão ficando menores com o avanço da idade, o que deixa essas pessoas mais vulneráveis não apenas a desenvolver, como também a sofrer com o estado mais grave da pneumonia.
As chances de sofrer do problema aumentam se o idoso tiver o hábito de fumar. “Os fumantes têm mais risco de contrair uma pneumonia, por causa das substâncias tóxicas existentes no cigarro, mas esse risco é igual para todos os fumantes. Não precisa ser idoso para sofrer disso”, alerta.
Apesar de ter cura e tratamento disponível na rede pública de saúde, a pneumonia tem sido apontada como uma das doenças respiratórias que mais matam no país. O especialista explica que isso ocorre por que a doença é uma forma mais grave de infecção bacteriana, que é causada, geralmente, após a instalação de uma virose.
Por apresentar sintomas muito parecidos com os da gripe, por exemplo, a pneumonia é facilmente confundida pela população com outro o tipo de doença, o que faz as pessoas não darem a devida atenção ao caso. “O paciente só procura assistência médica quando a situação já está mais grave”, diz o médico.
Os sintomas da pneumonia são tosse, febre, secreção amarelada e dor na região do tórax. O paciente ainda fica indisposto e sem ânimo até para realizar atividades simples, como curtas caminhadas. “As bactérias se multiplicam de forma rápida e podem até causar a morte, caso não seja iniciado o tratamento”, adverte Sebastião Costa.
Apesar dos aspectos parecidos com os da gripe, alguns sinais no organismo podem indicar a presença de uma infecção causada por pneumonia. “O paciente precisa buscar ajuda no momento em que perceber que a secreção, que era clarinha, ficou esverdeada; que a febre passou a durar de três para sete dias. Se isso ocorrer, é sinal de que estamos diante de um processo inflamatório, que pode ser a pneumonia, bronquite ou sinusite”, destaca o especialista.
ASSISTÊNCIA
Na Paraíba, a assistência aos pacientes é oferecida, inicialmente, nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF). O tratamento dura, em média, sete dias e é feito à base de antibióticos. Por isso, não pode ser interrompido, sob o risco do micro-organismo se tornar mais resistente aos medicamentos, segundo o médico Sebastião Costa.
No PSF, o paciente realiza exames, recebe remédios e acompanhamento médico. No entanto, se o caso dele se agravar, é feito um encaminhamento para um hospital. Na Paraíba, a unidade referenciada para esse tipo de atendimento é o Complexo Hospitalar Clementino Fraga, instalado no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa.
No entanto, qualquer unidade hospitalar, seja pública ou privada, tem condições de atender a pessoa que esteja com pneumonia, como garante o gerente operacional da Atenção Hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde, Bruno Bezerra.
“Essa assistência é prestada hospitais municipais e também nas 31 unidades hospitalares mantidas pelo Estado, em qualquer região do Estado. Apesar de não ter vacina, a pneumonia é uma doença rotineira, muito frequente, mas fácil de ser tratada. As unidades de saúde estão equipadas para atender e evitar que essa doença cause mortes entre a população”, declara.
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