VIDA URBANA
Polícia Civil ameaça entrar em greve em novembro
Cerca de 500 policiais civis já entregaram requerimento onde pedem a saída dos plantões extras.
Publicado em 13/10/2011 às 6:30
O movimento 'Cumpra-se Lei', realizado por policiais civis da Paraíba já completa 20 dias e vem ganhando adesão dos profissionais. Alegando intrasigência do governo e falta de negociação, o presidente da Associação dos Policiais Civis (Aspol), Sandro Bezerra, afirmou que existem grandes probabilidades do movimento se tornar uma greve ainda no próximo mês. Cerca de 500 policiais civis já entregaram requerimento onde pedem a saída dos plantões extras, realizados para suprir a falta de efetivo policial e aumentar o salário, considerado baixo.
“Hoje o plantão extra pode ser considerado o 'crack' da Polícia Civil. Com os baixos salários os policiais são praticamente obrigados a realizar plantões extras para no fínal do mês receber uma quantia maior pelos serviços prestados. O Estado está escravizando os policiais, pagando um salário humilhante. Os agentes e escrivães se submetem a isso para dar um pouco de dignidade à suas famílias,” revelou Sandro Bezerra.
A atividade policial pode ser considerada de alto risco e segundo Sandro Bezerra, o desgaste físico e mental provocados pela realização de frequentes plantões de 24h faz com que o policial fique extremamente cansado e desmotivado. “O resultado final é um profissional que não consegue ter um bom desempenho mesmo se esforçando ao máximo, mas o governo não entende isso e não valoriza o profissional,” completou Sandro Bezerra.
Um agente da Polícia Civil que preferiu não se identificar, contou que aderiu ao movimento mas continua realizando os plantões extras porque não consegue sustentar a família apenas com o salário que recebe. “Eu me sinto cansado, mas os plantões extras são necessários para que no fim do mês eu possa pagar as minhas contas e dar um poquinho de conforto à minha família. O baixo salário me obriga a fazer isso,” contou.
O presidente da Aspol ainda denunciou que um agente de Polícia Civil chega a desempenhar a função de até cinco pessoas. “Se o agente for fazer apenas a função que está designada a ele de acordo com a lei, a polícia da Paraíba vai parar,” revelou Sandro Roberto.
O movimento 'Cumpra-se Lei' exige reajuste salarial, reposição das perdas salariais, aquisição de equipamento de segurança como coletes, algemas, armamento, além capacitação para conduzir viaturas. Considerada um veículo emergencial, as viaturas só podem ser conduzidas por profissionais que passarem por um curso de direção em situação de risco, conforme Sandro Bezerra o curso nunca foi ministrado no Estado, portanto os agentes não estão aptos a conduzir as viaturas.
Comentários