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VIDA URBANA

Polícia detém 16 no Pedregal

Suspeitos de integrar gangues rivais que disputam o tráfico de drogas no bairro do Pedregal são detidos em ação conjunta.

Publicado em 14/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:24

Dezesseis pessoas foram detidas no bairro Pedregal, em Campina Grande, durante a operação 'Tornado', suspeitas de envolvimento com as gangues “Peixeiros” e “Ratos”, que brigam pelo domínio do tráfico de drogas no local. Entre os presos estão Esdras Silva, 21 anos, e Walisson de Souza Pereira, 18 anos, que participaram do assassinato de José Matheus do Nascimento Roque, de apenas 13 anos, na última terça-feira.

Vítima foi morta com 19 tiros, 11 deles na cabeça.

Segundo a Polícia Civil (PC), Esdras é um dos sobreviventes da chacina que vitimou três pessoas da comunidade em um restaurante na Praia da Ponta do Seixas em João Pessoa no último domingo. Já Walisson foi um dos quatro envolvidos na morte do adolescente. Segundo a Polícia Civil, ele efetuou parte dos disparos que atingiram Matheus.

Participaram da megaoperação, o Ministério Público, 200 policiais militares e 100 agentes da Polícia Civil, com apoio de mais de 50 viaturas. As ações foram desencadeadas por volta de 5h de ontem e mais de 100 residências foram revistadas pelos policiais, dando cumprimento a mais de 100 mandados de busca e apreensão.

Dois homens também foram presos e autuados por posse ilegal de munição. Um deles, identificado como Severino dos Ramos, é investigado por pelo menos dois homicídios. O outro suspeito autuado não teve o nome divulgado. Entre os conduzidos à Central de Polícia também está uma adolescente de 17 anos, apreendida dentro de uma casa, com munição e crack, que ela alegou ser do companheiro. As outras onze pessoas detidas foram ouvidas, mas não foram autuadas e seriam liberadas após as oitivas. De acordo com a delegada de Homicídios, Maíra Roberta Queiroz, Esdras Silva faz parte da gangue dos “Peixeiros” e foi preso durante a tarde da última quarta-feira, antes do início das ações ostensivas da madrugada de ontem.

“A prisão faz parte também da operação. Este rapaz foi uma das vítimas que sobreviveu àquelas mortes em João Pessoa no domingo e já estava sendo monitorado desde quando houve esse crime, por conta do risco de represálias contra membros da gangue dos “Ratos”. Fomos até a residência dele no Pedregal e o conduzimos à delegacia para colher informações.

Durante o interrogatório ele acabou confessando o crime”, explicou.

Ainda segundo a delegada, o adolescente executado na última terça-feira não tinha envolvimento com os grupos rivais. “Era um bom garoto. O que acontece é que o grupo dos Peixeiros queria vingança com o grupo dos Ratos e o alvo seria um familiar de Matheus”, acrescentou. Ela esclareceu que os moradores são obrigados pelos traficantes a esconder armas e drogas ou mesmo a oferecer abrigos aos criminosos. “Por isso os mandados de busca e apreensão. Encontramos em muitas residências, redes armadas, tudo pronto para receber os bandidos”, falou.

Segundo Maíra Roberta, a operação recebeu o nome de Tornado por conta da analogia entre o fenômeno e a situação em que o Pedregal se encontrava. “A sensação das pessoas é que o caos estava instalado no bairro e a operação foi justamente para devolver a paz às pessoas que ali moram”, pontuou.

As vítimas mortas na capital foram: Isaías Feitosa de Amorim, 25 anos; Messias de Souza Silva, 32 anos e Jorge Batista, 27 anos.

'GUERRA' ASSUSTA MORADORES DO BAIRRO

A equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA percorreu algumas ruas do bairro Pedregal e constatou o receio dos residentes. A maioria dos moradores não quis falar sobre a violência no local e aqueles que aceitaram não quiseram revelar a identidade. No trecho onde Matheus foi assassinado, algumas pessoas falaram sobre a rixa entre as gangues. “Foi coisa dessas gangues mesmo. Ave Maria, aqui o povo treme só de ouvir falar neles. Tudo de ruim que acontece aqui é culpa desse pessoal”, contou uma dona de casa.

Nas redes sociais, são vários os manifestos sobre a sensação de insegurança no local. “Fiquei profundamente triste agora.

Jovem confessa que está com medo de ir à escola por conta da violência no bairro do Pedregal, e pede o fim dessa guerra sem fim”, diz uma das postagens. Outro depoimento revela mais uma ação bárbara: “Traficantes de uma das facções expulsam mulher da sua própria residência e ameaçam atear fogo em casas. Já pediram para crianças e idosos saírem”. A equipe de reportagem também se deparou com pichações em alguns muros também, que pediam pela paz no bairro.

Outra dona de casa que conversou com a equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA falou que a geografia do bairro influencia na criminalidade. “Aqui o terreno é acidentado, as casas são construídas de forma desordenada, falta urbanização. Isso contribui para a violência, porque dificulta o acesso da polícia e facilita para os bandidos se esconderem.

Todo mundo sabe, todo mundo vê, mas ninguém fala nada. É a lei do silêncio. Existem muitas pessoas de bem, mas estes bandidos estragam nossa comunidade”, relatou.

O tenente Salonildo da Silva, comandante da Unidade de Polícia Solidária (UPS) do Pedregal, revelou que os integrantes das duas facções estão espalhados pelos bairros da cidade e até em outros municípios. “Eles não ficam aqui, estão escondidos, em vários locais. Só vêm até o bairro para praticar estes crimes, com alvos específicos ou para aterrorizar inocentes”.

CRIANÇAS SÃO VÍTIMAS DE BALA PERDIDA NA AÇÃO DOS GRUPOS

A guerra entre gangues no Pedregal já fez muitas vítimas. No dia 11 de outubro de 2012, um menino de cinco anos foi atingido com dois tiros de raspão durante um tiroteio. Ele foi atendido no Hospital de Trauma de Campina Grande e liberado no mesmo dia. Pouco mais de uma semana depois, uma menina de 12 anos foi atingida por uma bala perdida quando assistia televisão na casa das avós. O tiro atingiu o rosto da criança, que ficou com a bala alojada na cabeça e perdeu o globo ocular esquerdo.

A vítima foi atingida por uma das balas destinadas a Ariosvaldo Moreira da Silva, 26 anos, que segundo a Polícia Militar, integrava a gangue dos ‘Peixeiros’. Ele foi perseguido e executado por rivais.

No dia 3 de novembro do mesmo ano, uma chacina aterrorizou os moradores do Pedregal. Quatro pessoas foram assassinadas, incluindo um menino de 12 anos e duas ficaram feridas. As vítimas bebiam em um bar quando foram atingidas.

Os assassinos chegaram em um Celta preto e usaram espingardas calibre 12, revólveres e pistolas. Na época, a PM divulgou que a chacina também tinha relação com a briga entre as duas facções.

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Jornal da Paraíba

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