VIDA URBANA
Polícia reconstitui crime em JP
Reconstituição do assassinato do engenheiro Oswaldo Neiva Filho durou cerca de duas horas; suspeito se recusou a participar.
Publicado em 04/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 22/05/2023 às 12:41
Policiais da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa, peritos criminais, familiares, testemunhas e advogados participaram ontem da reconstituição do assassinato do engenheiro civil Oswaldo Neiva Filho, em condomínio de luxo em João pessoa.
A reprodução simulada se estendeu por cerca de duas horas e foi realizada na tentativa esclarecer dúvidas e levantar provas sobre os fatos que aconteceram no dia do crime. O assassinato do engenheiro aconteceu no dia 26 de dezembro do ano passado.
O acusado do crime, o policial rodoviário federal aposentado Mozar Ribeiro, se recusou a participar da reconstituição.
Segundo a delegada Roberta Gouveia Neiva, que está à frente do inquérito policial, apesar da ausência do acusado, que permanece preso, em cumprimento a mandado de prisão, na 4ª Companhia de Polícia, em Cabedelo, a reprodução do crime é uma peça importante. “É preciso fazer o máximo de diligências para que haja uma verossimilhança dos depoimentos com os fatos que aconteceram realmente. A reprodução simulada vem para extirpar qualquer tipo de dúvida que possa existir”, declarou a delegada.
A reprodução do crime foi conduzida pela perícia e a delegada Roberta Gouveia. A imprensa não teve acesso ao local da reconstituição, segundo a delegada, por restrição do condomínio e para não tumultuar o cenário do crime. “ A reprodução é uma coisa técnica e procuramos não tirar da rotina o condomínio”, esclareceu.
De acordo com o roteiro, a reconstituição começou no mercadinho que fica dentro do condomínio, onde a vítima, Oswaldo Filho, e o acusado, Mozart Ribeiro, teriam bebido na companhia de amigos na tarde do dia 26 de dezembro. No estabelecimento, teria havido uma discussão entre e a vítima e o acusado que teria desencadeado a fúria do policial rodoviário.
Após a reconstituição do que acontecera na parte externa à residência da vítima, os policiais civis se deslocaram para a casa do engenheiro assassinado. Ele foi morto dentro do próprio quarto, com três tiros na cabeça pelo policial rodoviário após ter a casa invadida. Segundo relatos de testemunhas à polícia, após a discussão o policial teria ido pegar a arma usada no crime em casa, que também fica no condomínio de luxo e, em seguida, teria invadido a residência do engenheiro e atirado contra ele.
Apesar de sair do condomínio logo após o crime, o policial rodoviário federal aposentado foi preso quatro dias depois do acontecido. Ele se entregou à polícia no último dia 30 e foi levado para a 4ª Companhia.
Em depoimento, Morzart Ribeiro confessou que cometeu o crime, mas alegou ter sofrido um lapso de memória e não lembrar o motivo. Conforme declarou em depoimento, o policial aposentado lembra apenas do momento da discussão e do que aconteceu depois de efetuar os disparos. Ele ainda admitiu ter consumido bebida alcoólica na companhia da vítima e de outras pessoas e informou que permaneceu na casa de parentes depois do acontecido. O advogado do acusado, Sheyner Asfora, descartou a hipótese do crime ter sido premeditado.
INQUÉRITO
A delegada Roberta Gouveia pretende concluir o inquérito policial até o próximo dia 7. Após a realização da reprodução simulada do crime, ela deve encartar os laudos periciais ao inquérito, anexar o relatório da reconstituição do crime e remeter os documentos para o Judiciário com o indiciamento do acusado por crime de homicídio qualificado.
“O inquérito tem até o dia 10 de janeiro para ser concluído. O prazo é de 10 dias após a prisão do acusado, mas eu quero concluir até o dia 6 ou, no máximo, dia 7 o inquérito para remeter os autos à Justiça”, conclui a delegada Roberta Gouveia.
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