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VIDA URBANA

Política de saúde para o homem ainda é restrita

Política Nacional do Homem foi implantada em 2009, pelo Governo Federal. Na Paraíba, projeto contemplou Campina Grande e Patos.

Publicado em 12/02/2012 às 8:00

Alguns homens costumam dizer que mulheres adoram ir ao médico. Eles geralmente dizem isso quando recebem o conselho de que é preciso ir ao consultório, após uma pontada no peito, uma dor no estômago ou uma leve tontura. Por uma questão cultural, os homens ainda resistem em admitir que, assim como as mulheres, precisam fazer exames de rotina. A consequência é a seguinte: a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens.

A Política Nacional do Homem foi implantada em 2009, pelo Governo Federal. Na Paraíba, o projeto piloto contemplou os municípios de Campina Grande e Patos. No ano de 2010, a capital João Pessoa passou a contar com a implantação da política. No início deste mês, mais duas cidades – Cajazeiras e Monteiro – também entraram na lista. Cada um desses municípios recebe anualmente R$ 75 mil do Ministério da Saúde.

Considerando que, 48,4% da população paraibana é do sexo masculino – o que equivale a 1.824,379 (do total de 3.766,528) – e que apenas cinco cidades têm a Política Nacional do Homem, é possível afirmar que a cobertura dos serviços voltados para esse público só atinge 33,4% dos homens residentes na Paraíba. Os números são do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A gerente executiva de Atenção à Saúde, Patrícia Assunção, explicou que a política tem o objetivo de orientar a população masculina sobre a importância de ir ao médico, para se cuidar e, se for o caso, receber o diagnóstico precoce de doenças. “O homem adoece muito e vai pouco ao médico, precisamos mudar essa realidade, mas não é fácil, pois passa pela questão cultural de que homem não pode adoecer nem chorar”, afirmou.

De acordo com Patrícia, as principais causas de óbitos entre os homens são acidentes, homicídios e suicídios. “A Política Nacional visa incentivar o autocuidado entre os homens e não deixar essa responsabilidade para as mulheres, sejam elas esposas ou mães”, declarou. A quebra de paradigmas é a principal barreira enfrentada pelos gestores públicos de saúde.

“Por conta disso, os homens, algumas vezes, só descobrem a doença em estágio avançado”, frisou.

Conforme explicações da gerente, o Estado tem o papel de dar apoio técnico, monitorar, avaliar e contribuir com a elaboração do plano de ações nas cidades. Os gestores municipais devem pensar na política de forma que esta venha atender às necessidades locais. Vale ressaltar que na zona rural, o preconceito costuma ser ainda mais forte.

Apesar de apenas cinco cidades da Paraíba serem contempladas pela Política Nacional do Homem, a Secretaria Estadual discute estratégias com apoiadores das 12 regiões. “Na capital, a política tem tido excelentes resultados, assim como em Patos”, explicou Patrícia Assunção.

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Jornal da Paraíba

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