VIDA URBANA
Políticos e empresários são presos na Paraíba por pistolagem
Polícia Civil da Paraíba desarticula bando que operava esquema criminoso para financiar traficantes e políticos. Com o grupo, os policiais apreenderam R$ 500 mil.
Publicado em 04/03/2015 às 7:12 | Atualizado em 20/02/2024 às 17:55
Mortes por encomenda, roubos e ameaças a serviço do tráfico de drogas. Para a quadrilha presa ontem no Sertão da Paraíba, segundo a Polícia Civil (PC), não importava o tipo de crime nem as pessoas que seriam atingidas, o importante era manter o esquema, que funcionava não só na Paraíba, mas também nos Estados de São Paulo e Rondônia. Segundo a polícia, um paraibano natural da cidade de Catolé do Rocha comandava a quadrilha, dentro da Penitenciária Federal de Rondônia, em conjunto com Fabiano Márcio Rodrigues, ex-candidato a vereador da cidade de Conceição, preso em sua cidade natal no momento em que tentava fugir do cerco policial. Além de Fabiano e do preso, identificado como Francisco Vieira Barros, outras dez pessoas foram presas durante a operação 'Teia', deflagrada ainda na madrugada de ontem pela Polícia Civil nos Estados em que a quadrilha atuava.
Além dos membros do grupo, os policiais também prenderam uma oficial de justiça da cidade de Conceição. Maria do Desterro, que é tia do ex-candidato, e está sendo acusada de informar o sobrinho sobre a realização da operação para que ele fugisse. As prisões, segundo a polícia, ocorreram nos municípios de Cajazeiras, Conceição e Santana de Mangueira.
Com o grupo, os policiais apreenderam R$ 500 mil, sendo R$ 20 mil em dinheiro e o restante em cheques, armas de diversos calibres, munições e pequenas quantidades de crack e cocaína. “Os crimes eram cometidos pelo grupo para que o tráfico não fosse prejudicado e o comércio fosse ainda mais lucrativo. Se precisasse matar, eles matavam, se fosse preciso roubar, eles roubavam, se fosse necessário coagir alguém, assim era feito”, ressaltou o delegado Glauber Fontes, responsável pelas investigações, iniciadas há cerca de cinco meses. Segundo ele, a liderança do grupo era dividida entre Francisco e Fabiano, conhecido na região como 'Fabiano de Doca'. Através do celular, eles trocavam informações e combinavam os crimes.
“Os dois tinham uma parceria, até porque os crimes ultrapassavam as fronteiras da Paraíba. O Fabiano tinha a seu serviço uma rede de pistoleiros, em vários Estados, caso houvesse alguma ocorrência fora do território que atrapalhasse a rede do tráfico”, explicou Glauber Fontes.
Conforme as investigações da polícia, o grupo é suspeito de praticar, pelo menos, cinco homicídios, dentre eles o que foi registrado na cidade de Conceição no primeiro dia de 2015, quando um casal foi executado a tiros. A maior parte das execuções, segundo a PC, era realizada pelo agricultor Antônio Soares Cavalcanti, também preso na operação.
O trabalho, desenvolvido desde as primeiras horas da madrugada, contou com a participação de 90 policiais civis, divididos em 25 equipes. Ao todo, foram expedidos 36 mandados de prisão e de busca e apreensão. Os presos na operação foram encaminhados para presídios de Cajazeiras, Patos e João Pessoa. Já Francisco continuará na penitenciária de Rondônia. Conforme o delegado, antes de ser preso e levado para a unidade, acusado de tráfico de drogas, ele já havia passado e fugido dos presídios de Cajazeiras e do Serrotão (Campina Grande).
Comentários