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VIDA URBANA

População cobra do poder público, mas joga lixo nas ruas

Essa temática abre hoje a série de reportagens 'Cidadania e Bem Comum' do JORNAL DA PARAÍBA e dos demais veículos da Rede Paraíba de Comunicação

Publicado em 08/03/2015 às 16:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 17:05

Quem tem o costume de jogar lixo nas ruas, ainda que seja um guardanapo, sempre carrega consigo, além da falta de educação, uma desculpa pronta para tentar justificar o erro caso seja flagrado por alguém. Dizer que está com pressa ou que não encontrou uma lixeira não convence mais. Tudo bem que as campanhas educativas são pontuais, mas é preciso que cada um faça a sua parte, em um ato que representa, além de educação, respeito pelo próximo e pelo meio ambiente. Só nas duas principais cidades do Estado, João Pessoa e Campina Grande, por mês, são recolhidas cerca de 37 mil toneladas de lixo (incluindo o domiciliar e o de varrição).

Essa temática abre a série de reportagens 'Cidadania e Bem Comum' do JORNAL DA PARAÍBA e dos demais veículos da Rede Paraíba de Comunicação. A série é a continuidade do projeto inovador de matérias integradas que foi iniciado no ano passado e já explorou os seguintes temas: 'Educação em Pauta'; 'Quem escolhe o crime perde tudo'; e 'Desafios do novo governo'. A partir de hoje até a próxima sexta­feira, você, leitor, vai conhecer um pouco mais sobre o comportamento do paraibano no que se refere ao meio ambiente, ao convívio social e ao trânsito.

O lixo é o primeiro assunto a ser debatido, não por ser o mais importante, mas talvez por ser o mais visível. Basta caminhar alguns minutos pelos centros de João Pessoa ou de Campina Grande para comprovar essa afirmação. São copos descartáveis, garrafas, latas de refrigerante, restos de comida, sacos de pipoca, e vários outros resíduos jogados ao chão, quando deveriam ter outra destinação. O ato inconsequente de uns acaba trazendo consequência para todos. Só na capital do Estado são recolhidos, diariamente, 700 toneladas de lixo domiciliar, que inclui o lixo da rua e das residências. Por mês o recolhimento chega a 21 mil toneladas, segundo a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).

Há quem aponte a falta de lixeiras para justificar a falta de educação. Foi o que fez adoméstica Neide da Silva, flagrada pelo JORNAL DA PARAÍBA jogando o copo de café no chão enquanto esperava o ônibus no anel interno do Parque Solon de Lucena, a Lagoa. A equipe de reportagem passou cerca de dez minutos a observando, de longe, para verificar qual seria sua atitude após terminar de tomar o café. Sem cerimônias, Neide jogou o copo no chão.

Em seguida, a equipe se aproximou da doméstica e questionou o motivo pelo qual ela jogou o lixo no chão e não na papeleira, que estava a menos de cinco metros de distância. Envergonhada, Neide tentou explicar. “Foi só dessa vez, não costumo fazer isso. Acho muito feio jogar o lixo na rua, sei que estou errada”, afirmou. “Infelizmente não temos lixeiras suficientes na cidade”, acrescentou.

O agente de limpeza Severino Ramos da Silva, um dos responsáveis pela varrição na Lagoa, disse que a falta de educação das pessoas que passam pelo local é revoltante. “Infelizmente as pessoas não cuidam da cidade e só fazem cobrar”, contou. Severino, que há mais de 20 anos trabalha como agente de limpeza, disse que não se intimida em repreender alguém que joga lixo no chão. “Chego e peço para a pessoa ter educação e colaborar com o meu trabalho”, frisou.

Mas também há bons exemplos, como a comerciária Islane André. Ela também foi observada pelo JORNAL DA PARAÍBA desde o momento que comprou um suco em um dos quiosques da Lagoa. Islane tomou o suco e em seguida caminhou até o trabalho segurando o copo, que só foi jogado quando ela encontrou a lixeira. “Meus pais me ensinaram a nunca jogar lixo no chao. Quando não encontro lixeira, guardo na bolsa e só jogo quando chego em casa. Na rua, nunca vou jogar", declarou.

Outro bom exemplo é dado pelo vendedor autônomo José Altino de Melo, que todos os
dias presencia pessoas jogando lixo na rua Duque de Caxias, onde há prédios históricos e uma grande área comercial. Altino vende os lanches e depois recolhe copos descartáveis e guardanapos jogados pelos seus próprios clientes. “São poucos os que procuram o cesto para colocar o material. A maioria joga na rua mesmo, como se não houvesse amanhã”, declarou.

Em Campina, o foco são as campanhas educativas

Em Campina Grande, por mês são recolhidas cerca de 16 toneladas de lixo, contando com o domiciliar e o de varrição, segundo informou o secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Geraldo Nobre. A prefeitura vem investindo em campanhas educativas nas escolas, na tentativa de conseguir bons resultados em relação à conscientização dos cidadãos para não jogar lixo nas ruas.

“Acredito que não há lugar melhor que a escola para começarmos a mudar esse pensamento equivocado de jogar o lixo em local indevido”, afirmou. De acordo com o secretário, a cidade continua sofrendo com a presença de lixo nos canais e galerias, o que traz consequências graves para a população diante de chuvas torrenciais, pelo risco de enchentes e inundações. “O trabalho de conscientização é difícil e lento, é preciso persistência. Por isso estamos otimistas em relação ao nosso trabalho nas escolas”, frisou Nobre.

Segundo ele, a falta de educação da população se reflete nos terrenos baldios e feiras centrais da cidade. “O lixo é um problema de saúde pública. Se as pessoas tivessem consciência, a situação seria outra, pois temos uma coleta eficiente em Campina Grande”, declarou Nobre.

A cidade também sofre com o vandalismo. Segundo o secretário, no ano de 2013 foram instaladas em Campina cerca de 800 papeleiras, mas três meses depois menos de 20% permaneciam nos locais. No ano passado, a cidade ganhou mais 600 papeleiras de plástico e outras 200 de aço. As de plástico, conforme afirmou Nobre, foram destruídas por vândalos, que colocaram fogo em algumas feitas de aço. “Para este ano pretendemos colocar de 600 a 800 novas papeleiras, mas falta colaboração dos cidadãos. Cada papeleira destruída é dinheiro público jogado pelo ralo”, afirmou.

Leia matéria completa na edição impressa deste domingo no JORNAL DA PARAÍBA.

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Jornal da Paraíba

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