VIDA URBANA
População dos Bancarios clama por segurança no bairro
Bairro dos Bancários não tem posto de polícia e população vive assustada.
Publicado em 16/09/2013 às 7:04 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37
Atualmente quem mora no bairro dos Bancários, em João Pessoa, ou adjacências (que inclui Jardim Cidade Universitária, Anatólia e Jardim São Paulo) não pode reclamar da falta de agências bancárias, supermercados, shopping, restaurantes e diversos outros estabelecimentos. Com a especulação imobiliária, o preço dos imóveis dispararam e o comércio se desenvolveu. Apesar disso, a população dessa área não conta com um posto policial ou delegacia sequer.
Isso implica dizer que, caso alguém seja assaltado na Praça da Paz, por exemplo, terá de se deslocar a bairros vizinhos, como Geisel, Valentina ou Mangabeira, para registrar um Boletim de Ocorrência (BO). A distância acaba sendo um motivo a mais para a vítima não procurar a polícia, o que tem como consequência a subnotificação dos casos. Para muitas pessoas, não vale a pena ir tão longe, sem a certeza de que a polícia vai resolver a situação.
A comerciária Verônica Ribeiro trabalha em um supermercado nos Bancários e disse que teme ser vítima de assalto ou até mesmo de estupro toda vez que vai para a parada de ônibus. “Aqui é esquisito à noite. É difícil encontrar alguém na rua às 21h, horário que tenho que pegar o ônibus para voltar para casa, no bairro dos Funcionários II”, declarou. Apesar de nunca ter sido assaltada no trajeto, já ouviu relatos de colegas que tiveram bolsas e celulares roubados.
O major Carlos Sena, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, portanto responsável pelo policiamento nos Bancários, reconheceu a falha da ausência de uma Unidade de Polícia Solidária na área e disse que as rondas são realizadas diariamente por duas viaturas. Segundo ele, os crimes patrimoniais são os mais comuns daquela região. “O índice é bastante elevado, mas já conseguimos redução nos últimos meses”, declarou.
As duas viaturas citadas pelo major atendem não só o bairro dos Bancários, como também Anatólia, Jardim Cidade Universitária e Jardim São Paulo. O suporte é feito por três motopatrulhas, que não são exclusivas da área. “Se houver uma ocorrência em Mangabeira, por exemplo, as motos podem se deslocar até lá”, admitiu o major Sena. Segundo ele, dentre os crimes registrados estão os assaltos a estabelecimentos comerciais. Há farmácias que foram assaltadas mais de duas vezes nos Bancários.
Assaltos próximos a paradas de ônibus e a pessoas que estão caminhando nas calçadas também se tornaram frequentes na área, conforme revelou o comandante da 3ª Cia. Ele recomendou que as vítimas registrem os crimes para facilitar o trabalho da polícia. “É importante que qualquer delito seja registrado, pois isso vai dar a noção exata do tamanho do problema que temos”, explicou. Segundo o major, muitas pessoas deixam de registrar o fato porque muitas vezes não conseguem lembrar das características dos criminosos, uma vez que eles agem muito rápido, geralmente de moto e com capacete, o que dificulta a identificação. “Estamos fazendo o trabalho de mapeamento criminal naquela localidade para intensificarmos as ações da polícia”, afirmou.
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