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VIDA URBANA

População reclama de abandono do Capitólio

Publicado em 16/11/2013 às 8:00 | Atualizado em 27/04/2023 às 13:20

O prédio do ex-Cine Capitólio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), está em ruínas e os projetos de revitalização não saem do papel. Localizado no Centro de Campina Grande, as condições estruturais são tão preocupantes que a cada forte chuva o medo toma conta de quem passa pelo local ou comercializa produtos em suas proximidades devido ao risco de desmoronamento.

A decadência do ex-Cine Capitólio teve início na década de 1990, quando foram encerradas as exibições cinematográficas e a sala foi transformada em cine pornô. Desde então, o local passou a ruir. O prédio foi adquirido em 1999 pela Prefeitura de Campina Grande e tombado desde o ano 2000 pelo Iphaep.

Para Camila Soares Benedito, 23 anos, dá tristeza ver um espaço tão grande em uma área valiosa estar em ruínas e sem nenhuma perspectiva de ser recuperado. O aposentado Vicente do Ó, 77 anos, que frequentou o cinema, também reclama do abandono. "Porque deixarem ele chegar a esta situação é uma prova de que não há interesse em preservar a memória de nossa cidade, de nossa gente", frisou.

Um levantamento das condições estruturais do Cine Capitólio foi feito pela Secretaria de Cultura de Campina Grande em janeiro deste ano, e a constatação foi de um local relegado às mais insalubres condições, com quase todo o teto desabado, estrutura em ruínas, infiltrações, mofo e lodo.

No mês de abril deste ano, o prédio foi interditado pela Defesa Civil, que recomendou ao Ministério Público a sua demolição devido ao risco que o resto de suas paredes leva às pessoas que trafegam em suas proximidades.

Mas, há 14 anos pertencente ao município, o Capitólio não recebeu nenhuma ação concreta de melhorias além de promessas. Alguns projetos de revitalização foram apresentados, mas como o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico, questões de ordem técnica embargaram propostas lançadas até então. Em 2010, o Iphaep alegou que o projeto enviado para análise era superficial e insuficiente para se emitir um parecer favorável à liberação da obra. Ajustes foram recomendados para serem feitos, mas iniciativas nesse sentido não foram tomadas e a inércia pública, mais uma vez, prejudicou a revitalização.

Um novo projeto existe, mas não há previsão de quando ele deve começar a ser executado, muito menos de quando estará pronto. A prefeitura tem a ideia de restaurar o ex-Cine Capitólio, mas não sabe quando este projeto poderá sair do papel e se tornar uma realidade que venha a beneficiar a população. Pelo novo projeto, o espaço deve abrigar duas salas de cinema, biblioteca, livraria, cafés e uma sala de inclusão digital.

Segundo o secretário de Obras de Campina Grande, André Agra, somente a parte de construção civil está previamente orçada em cerca de R$ 5 milhões. De acordo com ele, a grande dificuldade para concretizar o projeto é financeira. Diante deste cenário de falta de dinheiro para a execução da obra, a secretária de Cultura do município, Marlene Alves, tem mantido contatos com instituições do país e recentemente viajou a Brasília na tentativa de captar recursos para as obras de reestruturação do prédio. Nesse sentido, parcerias público-privadas são alternativas buscadas pela gestão municipal.

“Uma instituição de São Paulo demonstrou interesse e a Agência Nacional de Cinema (Ancine) também está interessada em ser parceria nesta revitalização”, informou o secretário André Agra, acrescentando que o projeto prevê, ainda, envolver beneficiamentos estruturais na Praça Clementino Procópio. O ex-Cine Capitólio foi inaugurado em 20 de novembro de 1934.

Ponto comercial

Enquanto permanece o estado de abandono do Cine Capitólio, suas calçadas e o que resta de suas dependências internas têm servido como espaço de comércio ilegal. Quem circula pelo Centro de Campina vê que a frente do cinema já foi tomada por vendedores de CDs piratas, roupas, aparelhos eletrônicos, comida, tudo vendido na informalidade.
Quem utiliza o Cine Capitólio como ponto comercial atesta que a situação do prédio é lamentável, mas insiste em permanecer fazendo sua renda nele por falta de assistência do poder público. “Estamos aqui e dependemos deste espaço, porque não há outro lugar na cidade para nos abrigar. O Ministério Público cobra da prefeitura e nós cobramos uma resposta deles sobre a nossa situação”, relata o vendedor Severino dos Ramos Nascimento.

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Jornal da Paraíba

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