População reclama de buracos em Intermares

Insatisfeitos com os buracos e alagamentos existentes na maioria das ruas de Intermares, em Cabedelo, Região Metropolitana de João Pessoa, moradores denunciam a falta de infraestrutura no local e exigem que a gestão municipal assuma os compromissos anunciados durante a campanha. Já a prefeitura afirma que está aguardando a conclusão da análise técnica da Caixa Econômica Federal para poder iniciar as obras de drenagem e pavimentação das vias.

Na rua Oceano Índico, por exemplo, os motoristas precisam redobrar a atenção e tomar bastante cuidado, pois a travessia é realizada com dificuldades por conta dos buracos, de grande extensão, e dos alagamentos, que impossibilitam a visão real da via.

A aposentada Eli Hobi, 60 anos, que mora na rua Golfo de Bengala, disse que já teve o carro, recém-comprado, danificado por conta das diversas poças de água em todo o bairro. “Meu carro novo está uma sucata por conta desses buracos e alagamentos. Os moradores daqui estão prestes a vender os carros e comprar canoas para transitar no bairro. Nós pagamos um dos IPTUs (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) mais caros do Estado e vivemos nesse descaso. No verão, poeira. No inverno, lama”, denunciou.

Outra moradora, que preferiu não se identificar, apontou consequências ainda mais relevantes por conta do problema existente há muitos anos. “Isso está acabando com o relacionamento entre as pessoas porque a gente já chega estressada em casa. Estão acabando com o nosso patrimônio e desvalorizando nossos imóveis, comprados com muito suor, e que estão sendo destruídos por irresponsabilidade pública. É um absurdo”, desabafou.

Já advogado e morador de Intermares há oito anos Fabrício Beltrão informou que já contatou outros colegas de profissão do bairro, assim como demais populares, para entrar com uma ação contra a prefeitura, afim de que ela utilize os recursos destinados ao serviço de pavimentação. “Existem duas emendas de janeiro deste ano, no valor de R$ 8 milhões, destinados à drenagem e pavimentação das ruas de Intermares, que devem ser utilizados até dezembro próximo. Caso contrário, os recursos retornarão ao governo federal, mas nem a licitação foi feita ainda. Então, estamos colhendo provas e depoimentos para, até a próxima semana, entrarmos com uma ação popular para obrigar o prefeito a usar esses recursos e calçar as ruas”, declarou.

Diversos moradores de Intermares abordaram a equipe de reportagem para demonstrar a insatisfação e denunciar o descaso, afirmando que a pavimentação das ruas é utilidade pública e que a população precisa ter seus direitos respeitados.

O secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Cabedelo, Wellington Costa, afirmou que os recursos estão garantidos e afirmou que o prefeito entregou à Caixa Econômica Federal (CEF), no final do mês passado, a documentação técnica de engenharia, licença ambiental e declaração de contrapartida para efetivar a concretização dos convênios firmados entre a prefeitura e os Ministérios das Cidades e Turismo. “Após a análise e aprovação da documentação pela CEF, o projeto deverá ser encaminhado para contração de serviços, através de processo licitatório, o que permitirá a execução das obras de drenagem e pavimentação das principais vias de Intermares, realizando, finalmente, um antigo sonho dos moradores do bairro”, garantiu.

Segundo o secretário, com a documentação entregue, a prefeitura aguarda apenas o resultado da análise para que “possamos transformar o bairro de Intermares em um verdadeiro canteiro de obras”. “A execução da obra vai beneficiar todos os moradores e a população em geral, resolvendo, inclusive, os problemas de alagamento de algumas vias durante os períodos de chuva, assim como a poeira durante a estiagem”, concluiu Wellington Costa.

SEM RESPOSTA

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal para saber sobre as análises e trâmites relacionados ao projeto das obras de drenagem e pavimentação das vias de Intermares, em Cabedelo, mas até o fechamento desta edição ,não obteve resposta.