VIDA URBANA
População se arrisca para cruzar a BR-101
Após caminhão destruir passarela no mês de junho, moradores que vivem as margens da BR-101 se arriscam para realizar travessia.
Publicado em 05/10/2012 às 6:00
Crianças e adultos arriscam a própria vida atravessando a BR-101 no município do Conde, Região Metropolitana de João Pessoa. A passarela de pedestres localizada entre os quilômetros 98 e 99 foi destruída por um caminhão no mês de julho e desde então as pessoas que moram na comunidade local são obrigadas a cruzar a rodovia pela pista. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) chegou a anunciar que colocaria uma passarela provisória de metal em agosto, mas a passagem não foi entregue e as obras de reconstrução ainda não foram iniciadas.
A passarela de pedestres fica a cerca de 500 metros da entrada para o Conde, local com grande fluxo de pessoas, e atendia à população desde 2010. Ela era a única na área e foi derrubada após um caminhão do tipo basculante com a caçamba erguida se chocar contra a ponte na noite do dia 19 de julho deste ano.
Toda a estrutura que fica acima da BR-101, o vão central com cerca de 120 toneladas, desabou e o trânsito de pessoas se tornou impraticável. Às margens do local está a comunidade Pousada do Conde, que, além de residências, possui estabelecimentos comerciais e pontos de transporte coletivo.
A rodovia é bastante movimentada, tendo um fluxo diário de aproximadamente 35 mil veículos, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito. Desde que a passagem ruiu, a rotina dos moradores do bairro se tornou mais perigosa. Para cruzar a BR de um lado a outro é necessário correr pela pista correndo o risco de ser atingido por algum veículo em alta velocidade. Outro obstáculo a ser vencido é o canteiro central que separa as duas pistas e tem cerca de um metro e meio de altura. A população local já fez manifestações pedindo providências e se diz insegura com a situação.
A dona de casa Maria José da Conceição reclama da demora em consertar a estrutura. “A falta dessa passarela dificulta muito a nossa vida. Eu, por exemplo, desço do ônibus de um lado da pista, mas moro na outra margem. Muitas vezes chego carregando sacolas e pacotes e preciso atravessar correndo, pular a mureta central e correr de novo. Estamos esquecidos aqui”, queixa-se Maria José.
Muitos pais temem pela segurança dos filhos. João França explica que crianças e adolescentes precisam cruzar a rodovia para tomar o ônibus e frequentar a escola. “Antes era mais tranquilo porque com a passarela não tinha risco de atropelamento. Agora todo mundo fica preocupado vendo a hora acontecer uma tragédia. Os carros passam com muita velocidade nesse trecho e ninguém quer saber se tem gente precisando atravessar”.
França afirma que a população já se manifestou contra a situação e aguarda providências urgentes. “Já foi feito protesto, interditando a pista e queimando pneu. Tudo isso para chamar a atenção das autoridades para o nosso problema que é grave. Na época, fomos informados de que seria instalada uma passarela provisória enquanto a verdadeira era reconstruída, mas a realidade é que essa passarela substituta nunca chegou e a outra ainda não começou a ser refeita”, denuncia.
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