VIDA URBANA
População sofre com a falta de água
Por conta do funcionamento irregular do serviço, moradores de Campina Grande ficam até dois dias sem abastecimento.
Publicado em 20/04/2014 às 8:00 | Atualizado em 23/01/2024 às 11:55
Na residência da dona de casa Lúcia Maria Ferreira, de 57 anos, baldes e cisterna foram as soluções encontradas para que a família, constituída por 12 pessoas, não ficasse sem água. Moradora do distrito de São José da Mata, em Campina Grande, ela informou que passa até 2 dias sem água em casa. A situação de dona Lúcia Maria Ferreira exemplifica o funcionamento irregular do abastecimento de água na cidade.
O tamanho da população vem crescendo e o sistema de fornecimento de água não acompanha esse crescimento, conforme a especialista em saneamento Patrícia Batista. Ela afirmou que esse serviço é ineficiente em vários bairros e que os problemas no sistema não são pontuais, mas sistemáticos e de complexa solução.
De acordo com a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano passado, Campina Grande possui 404.002 habitantes. Para a coordenadora e professora do curso de Engenharia Civil, na área de saneamento, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e também coordenadora do Plano Municipal de Saneamento Básico de Campina Grande, Patrícia Feitosa, a questão do abastecimento de água na cidade é mais complexa do que se imagina. Conforme disse, é notória a existência de uma ineficiência do sistema, de responsabilidade da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) em vários bairros da cidade.
Segundo ela, esse problema não está associado à ocorrência de períodos de estiagem, mas a uma deficiência de investimentos no setor. Para ela, essas melhorias não acompanham as demandas trazidas pelo crescimento populacional.
“Devem ser avaliadas a capacidade de suporte do açude de Boqueirão, as cidades atendidas pelo mesmo, os serviços simples de manutenção das tubulações e a redução das perdas que ainda são elevadíssimas para nosso sistema”, informou.
De acordo com ela, existem, perdas na distribuição da água tratada da cidade, que chega a 48,48% do total que é produzido.
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