VIDA URBANA
Por falta de material, médicos suspendem cirurgias no HU
Segundo os médicos, faltam anestésicos, bisturis e drenos. Por dia eram feitas 14 cirurgias.
Publicado em 28/10/2011 às 7:30
O Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), está sem realizar cirurgias eletivas desde a tarde da última quarta-feira (26). Por dia, eram realizadas no hospital em torno de 12 cirurgias de 14 especialidades distintas. Por falta de material e equipamentos, que poderiam comprometer a saúde dos pacientes, os médicos da Divisão Cirúrgica tiveram que suspender os procedimentos.
De acordo com o diretor da Divisão de Cirurgia do HU, Geraldo Almeida, faltam materiais básicos como bisturi, aspirador, anestésicos, drenos, fios, entre outros. “É preciso renovar esse estoque para que as cirurgias possam ser feitas com segurança. É humanamente impossível operar sem esse material, sem colocar em risco a vida do paciente”, destacou Geraldo.
O Bloco Cirúrgico não está totalmente fechado porque o HU é referência no tratamento às gestantes de alto risco. Dessa forma, o médico explicou que esses partos continuarão sendo feitos, contanto que se tenha a segurança necessária. “Esse é o único hospital universitário federal que terá que parar de realizar cirurgias por falta de condições financeiras”, afirmou Geraldo Almeida.
O diretor do HULW, João Batista, explicou que o hospital sofre, realmente, com a falta de recursos e, consequentemente, de material. Ele afirmou que hoje irá se reunir com o reitor da UFPB para que o problema seja resolvido o mais rápido possível. “O reitor se prontificou a resolver a questão para que a população não seja prejudicada”, disse o diretor.
No entanto, João Batista afirmou que ontem foram realizadas três cirurgias durante o dia. “Eram cirurgias já marcadas e que não poderiam deixar de ser feitas. Além disso, continuamos mantendo o serviço da emergência em obstetrícia e temos médicos plantonistas para atender os pacientes internos, caso necessitem de alguma cirurgia”, explicou.
O HULW recebe, mensalmente, para seu custeio, R$ 1,3 milhão do Ministério da Saúde. No entanto, conforme o diretor, seriam necessários, pelo menos, R$ 4,5 milhões. Através do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (RHUF) serão destinados R$ 250 milhões a 44 hospitais. Com isso, o HULW receberá uma verba extra de R$ 3,72 milhões.
João Batista afirmou que parte desses recursos já foram enviados, mas que a unidade estava com seu estoque de materiais cirúrgicos desabastecido há meses. “Já recebemos parte do recurso, fizemos os pedidos às empresas, mas algumas demoram até 30 dias para fazer a entrega. Mas, acredito que iremos resolver esse problema o mais rápido possível”, explicou o diretor.
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