VIDA URBANA
Praia do Sol não tem os serviços básicos
Esgoto a céu aberto, falta de segurança, iluminação e transporte integram reclamações.
Publicado em 28/07/2013 às 11:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:40
As praias de Tambaú e Cabo Branco são conhecidas em todo o Estado por integrar os principais pontos turísticos de João Pessoa e atrair diariamente centenas de visitantes. Ao longo destas e de outras praias que integram a zona norte da capital, a infraestrutura comercial e urbana oferece conforto aos visitantes e comerciantes. Mas, a aproximadamente 12 quilômetros de distância desse trecho da cidade, o retrato da orla é outro. Quem visita a Praia do Sol, no Litoral Sul do Estado, depara-se com uma série de problemas, como esgoto a céu aberto, falta de segurança e iluminação.
A praia está inserida no bairro de Gramame, que segundo o Censo 2010, tem 24.829 habitantes, o triplo de moradores do bairro do Cabo Branco (7.906), e mais que o dobro dos residentes de Tambaú (10.163). Mesmo com um contingente populacional considerável, os moradores e comerciantes da Praia do Sol não contam com os serviços públicos básicos, como o acesso à saúde e educação.
A principal via de acesso à Praia do Sol é a PB-008. O trecho está asfaltado e até a entrada da orla não apresenta riscos a pedestres e condutores. Mas, para percorrer o interior do bairro é preciso transitar por estradas de barro esburacadas e sem iluminação, o que dificulta a mobilidade dos motoristas, principalmente no período da noite.
Assim como as demais áreas de orla da capital, a Praia do Sol abriga muitos comerciantes, mas a precariedade do acesso dificulta as vendas.
Dona Maria das Dores Dionísio, que mantém um bar no local há 20 anos, reclama de um buraco em frente ao estabelecimento e de uma estrutura que contém a erosão de uma área de mangue, também ao lado do bar. “Seria bom se a prefeitura colocasse um aterro nesse buraco, já que não dá para calçar a rua. Se um carro passar em alta velocidade aqui pode acontecer um acidente.
Esse concreto que 'segura' o mangue está quase caindo. Está tudo abandonado, a gente é quem ajeita”, revelou.
Maiara Araújo trabalha há cinco anos nos bares da Praia do Sol e além do medo da violência, ela enfrenta dificuldades para chegar ao trabalho devido à precariedade no transporte público. “Eu moro no Mussumago, que não é tão longe daqui, mas espero uma hora somente para pegar o ônibus. Aqui só tem uma linha e é muito difícil para quem trabalha em outros bairros”, disse.
Ainda de acordo com os comerciantes, não há banheiros químicos para os visitantes, e o saneamento para o esgotamento sanitário dos bares instalados no local foi feito pelos proprietários dos estabelecimentos. Mesmo assim, parte do mangue, inserida na área de preservação ambiental, recebe esgotos domésticos e está poluída no trecho próximo à praia. Segundo os comerciantes, durante as cheias e períodos de chuva, além da lama, eles convivem com a sujeira e o mau cheiro da poluição.
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