VIDA URBANA
Pré-natal terá exames rápidos de HIV e sífilis
Ministério da Saúde determina através de portaria que gestantes atendidas pela rede de atenção básica realizem testes de sífilis e HIV.
Publicado em 21/01/2012 às 6:30
As 1.256 equipes de Atenção Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) na Paraíba estão obrigadas a realizar testes rápidos para diagnóstico de HIV e detecção da sífilis no pré-natal das gestantes e em seus parceiros sexuais. A determinação é do Ministério da Saúde (MS), através da Portaria nº 77/2012, publicada na última sexta-feira.
A portaria complementa anteriores no âmbito da Rede Cegonha, que instituiu no SUS uma rede de cuidados que assegura à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério. A estratégia da rede também pretende garantir à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Onze profissionais de saúde na Paraíba – farmacêuticos, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e enfermeiros – já receberam capacitação do MS para atuar no atendimento especializado a gestantes e parceiros portadores de sífilis, Aids e hepatites virais. Eles servirão como agentes multiplicadores para que a determinação seja implementada nos núcleos de saúde de todo o Estado.
A farmacêutica Rosa Maria, técnica da Gerência Operacional de DST/Hepatite da Secretaria Estadual de Saúde, disse que até o final de fevereiro serão realizados treinamentos com 35 facilitadores, que já detêm a técnica e devem apenas nivelar às regras do MS.
“Até junho, serão realizados outros 45 treinamentos, cada um com turmas de 30 pessoas, mas já temos profissionais capacitados em municípios centrais como Monteiro, Campina Grande, Patos, Sousa”, afirmou.
Em João Pessoa, as 180 unidades Unidades de Saúde da Família (USFs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Atendimento Integrado de Saúde (Cais) já oferecem o atendimento especializado às gestantes e seus parceiros. Os exames de sorologia reagente de HIV, hepatite B e sífilis são realizados no último trimestre no Laboratório Central Municipal (Lacen), dentro da Rede Cegonha.
Segundo a técnica da Saúde da Mulher, da Divisão de Assistência à Saúde da SMS, Maria Francisca Claudino, o pré-natal é feito do início ao fim da gestação. “As consultas são regulares e até o sétimo mês é feita uma consulta mensal. A partir daí são quinzenais e no último mês, semanal. O acompanhamento é feito por toda equipe e é extensivo até o período puerperal, que é o pós-parto”, disse ela.
De acordo com os objetivos traçados pelo Plano Operacional para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis, a meta do Ministério é eliminar a sífilis congênita até 2015 para menos de 0,5 para mil nascidos vivos e do HIV a menos de 1%. Com o tratamento médico, a chance do bebê contrair a doença cai para menos de 1%. Quando não há tratamento, a taxa de risco chega a 20%.
Segundo Ellen Zita, do Departamento de DST, Aids e hepatites virais do MS, “o diagnóstico rápido e precoce da infecção pelo HIV e outras DST durante o período gestacional é fundamental para a redução da transmissão vertical de mãe para filho, o que garante um nascimento seguro à criança e um tratamento mais eficaz”.
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