VIDA URBANA
Precariedade no Cariri
Em Barra de São Miguel a segurança é feita por dois policiais que revezam o plantão semanal e ainda precisam obedecer à ordem de escala com folgas.
Publicado em 02/08/2015 às 8:00
No Cariri do Estado, o policiamento também é precário. No município de Barra de São Miguel a segurança é feita por dois policiais que revezam o plantão semanal e ainda precisam obedecer à ordem de escala com folgas. Com isso, o destacamento local só tem policial dois dias por semana. Nos demais dias, a cidade conta com o apoio de viaturas de outros municípios que deixam seus postos e fazem rondas rápidas. Outro problema observado pela reportagem é que o destacamento da Polícia Militar de Barra de São Miguel não tem telefone fixo, e a população precisa ligar para um telefone público que fica próximo.
Quando a reportagem tentou entrar em contato com o destacamento, através do orelhão, a ligação foi atendida pela moradora Judite dos Santos, 80 anos. Ela confirmou que o posto estava sem nenhum policial e falou sobre os problemas de segurança do município. “Eles vêm uns dias sim e outros não. São dois policiais apenas que ficam revezando no destacamento. Eles são atenciosos e sempre nos atendem, mas a gente sabe que se acontecer algo de grande proporção, não poderão fazer muita coisa. Apesar disso, ao longo do dia passam carros da polícia de outras cidades”, disse a moradora.
O município de Barra de São Miguel faz divisa com o estado vizinho de Pernambuco, o que deixa a situação mais delicada. A cidade se torna rota de fuga para alguns crimes.
Outro fato que dificulta o trabalho da polícia é que o município possui várias estradas vicinais que se convergem e podem levar a qualquer cidade vizinha, seja na Paraíba ou em Pernambuco.
A versão da Polícia Militar (PM)
Policiamento
Todas as situações relatadas na reportagem foram levadas ao conhecimento da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), que enviou a resposta por e-mail. Conforme a nota, o policiamento das pequenas cidades é realizado com um efetivo de acordo com a incidência criminal normalmente registrada na área. O complemento é feito com apoio de guarnições da Força Tática e da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas com Apoio de Motocicletas). Ainda de acordo com a PM, dependendo da necessidade operacional, outras modalidades podem ser deslocadas.
Plantões 'dobrados'
Sobre o fato de que alguns policiais 'dobram' o plantão e trabalham cansados, a PM informou que o policial pode optar, no seu horário de folga, que ocorre 72 horas após 24 horas trabalhadas, por trabalhar no serviço extra remunerado, de acordo com sua conveniência.
Policiais em trabalho
administrativo
Por fim, a nota explicou que o efetivo policial que desempenha funções administrativas é o estritamente necessário para que a atividade-meio da instituição funcione, porém esses militares, em determinadas situações, também podem desempenhar atividade-fim, de acordo com a necessidade do serviço.
Secretaria não responde
O JORNAL DA PARAÍBA também pediu um posicionamento oficial à Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds), que, até o fechamento desta edição, não atendeu à solicitação.
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